A grande notícia para quem está economizando há meses, esperando a Black Friday 2017 para pesquisar os melhores preços, é a seguinte: há muita, muita gente como você no Brasil de hoje. A data – que este ano cai em 24 de novembro, amanhã – tornou-se a principal do ano para o comércio online e a cada edição vem ganhando contornos mais claros de comportamento – e oportunidades para quem vende e para quem compra.
Em pesquisa da agência Provokers encomendada pelo Google em julho último, 33% dos entrevistados disseram que estão planejando suas compras “faz tempo”, aguardando a Black Friday para realizá-las com as melhores condições. Somente 16% declararam algum nível de impulsividade. Essa informação vem se somar ao índice de consumidores que pretendem comprar “a vista, no boleto”: 47%, contra apenas 4% de compras parceladas.
Ou seja, com dinheiro na mão e ferramentas online de comparação de preços cada vez mais refinadas, as chances de bons negócios aumenta para o consumidor. Por conta disso, mapeamos as cinco tendências mais fortes para quem quer comprar na Black Friday em 2017:
1. Consumo mais consciente
Os números mostram que a Black Friday tem ensinado o brasileiro a comprar de maneira mais consciente, planejando e pesquisando os preços. Em levantamento do Ibope divulgado esta semana, 83% dos consumidores declararam planejar sua compra para a data. Ou seja, o propósito da “Sexta-feira negra” foi perfeitamente entendido pelo comprador – e, claro, pelos vendedores, que baixam suas margens de lucro mirando na criação de base e movimentação de estoque. Numa situação assim, a grande dica para o consumidor é estar atento à segurança de sua compra – buscando informações e comentários de outros clientes, fugindo de promoções suspeitas que podem esconder “phishing” em links para sites fraudulentos e prestando muita atenção à reputação e ao certificado de segurança do vendedor e do sistema de pagamento.
2. Ticket médio mais alto
Em 2017, a estimativa é que as compras girem em torno de uma faixa de R$ 500 a R$ 1000. Esse ticket médio mais alto é um reflexo de uma consciência mais apurada na hora de comprar: se a Black Friday é a data em que há mais benefícios para o comprador (e é, de fato), nada melhor do que chegar até ela com dinheiro economizado. Assim, o cliente tem condições de partir em busca de outros benefícios além do preço baixo, como frete grátis e parcelamento maior. Segundo pesquisa do Mercado Pago, 35% dos clientes declaram que só pretendem parcelar suas compras no cartão se sobre as parcelas não incidirem juros. É o poder de negociação na mão do cliente.
3. Pesquisa de preço
A internet é o lugar em que a Black Friday encontrou terreno mais fértil para se desenvolver no Brasil, quando aqui chegou, em 2011. Não só porque foi, desde o início, uma iniciativa do comércio on-line, mas porque, dada a enorme oferta de promoções, é ali que há ferramentas de comparação de preços, além da facilidade de “visitar” virtualmente um número muito maior de lojistas do que um passeio pelo shopping permitiria. Em pesquisa do Mercado Pago, 68,7% dos entrevistados citaram a comparação de preços como a grande motivação de suas compras pela web; 58,7% citaram “comodidade”. Um contraponto curioso nesse processo é que, depois de todo o processo de visita e compra online, a preferência maioritária na hora do pagamento seja pelo boleto. Isso significa que, além de planejar sua compra, importa para o consumidor (que vem poupando há meses, como vimos), fazer negócio com descontos ainda maiores à vista.
4. Eletrônicos. Mas não apenas.
Outra herança das origens geek da Black Friday brasileira é a supremacia de artigos eletrônicos, eletrodomésticos, telefonia e informática entre a preferência do consumidor. Entretanto, um olhar mais atento ao levantamento do Mercado Pago comparando as vendas de 2015 e 2016 mostra um crescimento de 2,10% nas vendas de brinquedos, 2,30% na de roupas, sapatos e acessórios; 2,7% em artigos para carros. Enquanto isso, uma categoria como informática cresceu apenas 1,1%, enquanto eletrodomésticos diminui 0,6% na comparação entre os dois últimos anos. Ou seja, há oportunidade para todo tipo de e-commerce. E todo tamanho, como veremos a seguir.
5. Crescimento dos pequenos comércios
Não dá para negar que foi a entrada dos grandes magazines que transformou a Black Friday, de uma experiência importada dos Estados Unidos, em uma data fundamental para o comércio on-line brasileiro, com características e apelo próprios. Mas ano a ano a participação dos pequenos lojistas vem crescendo. De acordo com dados divulgados pelo Google, enquanto o tráfego em grandes redes aumenta 130% na Black Friday, esse número salta para 160% no caso de pequenos realizadores. Especialistas citam a facilidade em pesquisar ofertas – e se cadastrar para receber avisos de descontos – como um atributo dos pequenos, que costumam, por conta de sua agilidade, criar promoções personalizadas, kits exclusivos e cupons de fidelização. Pequenos costumam ter um volume menor de pedidos, e tendem por isso a ter menos problemas com atrasos na entrega.
Para Rodrigo Silva, head de Marketing do Mercado Pago, a grande lição é “oferecer bons descontos e segurança, garantindo uma ótima experiência de compra. Há espaço para todos na Black Friday brasileira e, com os pequenos sites tendo mais relevância, a data é cada vez mais democrática para comprar e vender online.”
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