• LOGO_DRAFTERS_NEGATIVO
  • VBT_LOGO_NEGATIVO
  • Logo

“Eu imaginava que empreender seria como enfrentar um bicho de sete cabeças”

Flávia Morizono - 9 maio 2025
Flávia Morizono, diretora de operações e cofundadora da agência Joia – Experiências que Transformam.
Flávia Morizono - 9 maio 2025
COMPARTILHAR

Sou comunicativa desde sempre. Apresentar ideias é quase natural para mim. 

Gostava de fazer apresentação dos trabalhos de escola. Mais tarde, já adulta, aos 25 anos, cheguei a fazer teatro no Indac – Escola de Atores, de São Paulo, para me expressar melhor.

Mas apesar de toda essa vontade de me comunicar, o empreendedorismo sempre pareceu algo distante 

Lá atrás, eu imaginava que empreender era como enfrentar um “bicho de sete cabeças”. Achava que era preciso ter uma proposta inovadora, contar com investidores milionários…

E, claro, estar cercada de pessoas influentes. Que, na minha cabeça, eram sempre homens engravatados.

DE REPENTE, NUMA CONVERSA DE CORREDOR, SURGIU A PROVOCAÇÃO: “E SE ABRÍSSEMOS UMA AGÊNCIA?”

Tudo mudou em um dia aparentemente comum numa agência de eventos, onde atuava como diretora de operações. 

Durante uma conversa de corredor com Daniela Helena Sanzone – com quem trabalhava junto na época e minha atual sócia –, sobre o mercado de eventos, discutíamos o que eu mudaria nas agências tradicionais. 

Sentia falta de um atendimento mais próximo ao cliente, com soluções rápidas, ideias inovadoras, diversidade nas equipes e foco na inclusão. Foi quando, de repente, me ouvi dizendo: “E se abríssemos uma agência?”

Naquele momento, esse pensamento parecia apenas algo solto, sem compromisso. Afinal, meu filho estava na época com apenas 1 ano, eu não tinha uma fórmula revolucionária, muito menos dinheiro ou contatos importantes 

Mas o que tinha era um olhar único sobre um mercado que há anos seguia o mesmo padrão de atendimento para desenvolver um projeto de evento ou ativação. 

Não acreditávamos mais no velho processo que começa com reunião de briefing e percorria um longo caminho passando pelo departamento de criação, produção, técnico, financeiro e outras áreas até o projeto chegar nas mãos do cliente para aprovação.

DIARIAMENTE, TÍNHAMOS QUE PROVAR QUE A NOSSA EQUIPE ESTAVA APTA A ENTREGAR EVENTOS IMPECÁVEIS, E DENTRO DO BUDGET

O primeiro impulso para abrir meu próprio negócio partiu de um amigo, que pediu para produzirmos um evento social. 

Com pouco mais de 1,5 mil reais eu e Daniela Helena decidimos dar um salto maior. Em 2012, abrimos a nossa empresa, a agência Joia – Experiências que Transformam, quase que da noite para o dia. 

Criamos uma estrutura mais flexível e dinâmica, com uma equipe já com perfil de produção, portanto apta a avaliar a viabilidade técnica do projeto logo no atendimento e responder as dúvidas e dar retorno rápido às demandas do cliente.  

E, num piscar de olhos, lá estávamos nós: negociando com clientes, sim, os mesmos engravatados que antes pareciam tão inalcançáveis

No começo, provar nossa capacidade era nossa rotina. Trabalhamos para mostrar para o mercado que tínhamos como marca registrada o atendimento bem diferenciado, e com respostas e soluções rápidas, e comprovamos que a nossa equipe estava apta a entregar eventos impecáveis, com soluções inteligentes dentro do budget.

Mas, com muito trabalho, enfrentando a dupla jornada de mãe e empreendedora, coragem e perseverança, as coisas começaram a acontecer. 

Logo conseguimos fechar o nosso primeiro grande projeto, um evento de relacionamento para o Banco Credit Suisse Hedding Griffo. Em seguida, vieram os contratos para mais 49 projetos ao longo do ano. 

ENTENDI QUE EMPREENDER É SOBRE CONSTRUIR CONEXÕES REAIS E ACREDITAR NO IMPACTO POSITIVO QUE PODEMOS GERAR NO MUNDO

Desde então, a carteira de clientes da agência só multiplicou, incluindo marcas conceituadas como a seguradora SulAmérica, empresa de tecnologia japonesa Rakuten, Canon, TikTok, Grupo L’Occitane, Sephora, JCB, Volvo Caminhões, Grupo Pão de Açúcar, totalizando cerca de 200 marcas.

Como toda empresa do segmento de live marketing e de eventos corporativos, o nosso grande desafio veio com o isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19. A virada de chave veio com eventos corporativos digitais, o Phygitalive, projeto que gerou um crescimento de 45% na receita, entre 2021 e 2022.  

Hoje, quase 13 anos depois, posso dizer, com orgulho, que tenho uma alma empreendedora. Por quê? Porque finalmente entendi que empreender vai muito além de abrir um negócio 

É sobre fazer a diferença na sociedade, construir conexões reais, liderar equipes com propósito e acreditar, acima de tudo, no impacto positivo que podemos gerar no mundo.

Atualmente, trabalhamos com uma equipe de 30 colaboradores, além de 200 parceiros coligados em todo país, na América Latina, Estados Unidos e Europa. Desde que entrou em operação, a agência mantém um crescimento contínuo de dois dígitos. Só em 2024, atendemos 50 marcas, realizamos 180 eventos, 20 ativações, impactando mais de 50 mil pessoas.

 Espero que minha história inspire outras mulheres a acreditarem no poder de suas ideias. Que nunca subestimem o brilho da sua essência empreendedora, pois ela pode transformar não apenas suas vidas, mas o mundo ao seu redor.

 

Flávia Morizono é diretora de operações e cofundadora da agência Joia – Experiências que Transformam.

COMPARTILHAR

Confira Também: