Descubra por que as embalagens circulares desafiam a tecnologia e estão no centro do debate da sustentabilidade

Mariana Sgarioni - 6 out 2023 Mariana Sgarioni - 6 out 2023
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Você já deve ter reparado que tudo aquilo que compramos ou consumimos vem dentro de uma embalagem. Ela protege, conserva, e garante que aquele produto chegue até as nossas mãos com qualidade. O problema é o impacto disso: segundo o Ministério do Meio Ambiente, no Brasil, aproximadamente um quinto do lixo é composto por embalagens. São 25 mil toneladas de embalagens que vão parar, todos os dias, nos depósitos. Esse volume encheria mais de dois mil caminhões, que, colocados um atrás do outro, ocupariam quase 20 quilômetros de estrada.

Não precisamos de mais números para apontar a emergência do desenvolvimento de embalagens circulares, ou seja, aquelas que “renascem”: em vez de irem parar nos aterros sanitários depois de usadas são reaproveitadas de alguma maneira.

Os consumidores, por exemplo, estão dispostos até a pagar mais por produtos que estejam em embalagens sustentáveis.

O Buying Green Report de 2023 apontou que 82% dos entrevistados, no geral, pagariam mais caro por embalagens melhores ao planeta. Entre eles, 71% escolhem produtos a partir da sustentabilidade da embalagem. Embora 59% procurem informações sobre reciclagem e sustentabilidade no rótulo, 46% disseram que o maior obstáculo para a compra é falta de clareza nas etiquetas.

Parece simples a solução de produzir uma embalagem com menos impacto. Mas não é. O desenvolvimento de embalagens circulares demanda tecnologia, pesquisa, investimento, inovação, envolvimento de stakeholders e, lógico, boa vontade.

O começo de tudo é o design. Antes de existir, uma embalagem precisa ser intencionalmente pensada e desenhada para ser circular – isso desde a matéria-prima escolhida, os recursos a serem usados, passando pela montagem e desmontagem, até o descarte.

O ciclo de vida da embalagem pode ser biológico (quando, ao final do uso, ela é decomposta e absorvida pela natureza) ou técnico (quando é transformada em uma nova embalagem). Para isso dar certo, todos os setores da organização devem estar envolvidos (design, compras, produção, marketing e finanças), além de uma liderança realmente engajada, e fornecedores que estejam dispostos a entrar nessa jornada de longo prazo.

Veja no infográfico abaixo o passo a passo de uma embalagem circular e os gargalos que podem acontecer nesta jornada:

*este conteúdo faz parte do Especial “Economia Circular”, publicado mensalmente por NetZero, com o patrocínio da Papirus.

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