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Os filmes fotovoltaicos orgânicos da Sunew vão flexibilizar (literalmente) a geração de energia solar

Marcus Couto - 27 abr 2017
Leveza, transparência e flexibilidade são alguns dos atributos do material, que promete mudar o mercado de energia renovável
Marcus Couto - 27 abr 2017
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A imagem de telhados residenciais e comerciais cobertos por placas fotovoltaicas de silício rígidas, retangulares, habita a memória coletiva quando se fala em geração solar. Esta é uma tecnologia atestada pelo mercado, amplamente utilizada, por ter eficiência e preços mais vantajosos se comparados a outras técnicas. Mas, com o avanço da inovação no setor, isso está mudando. Novos produtos vêm para flexibilizar (às vezes literalmente) e ampliar a gama de opções no campo da geração solar. E a mudança está ocorrendo com grande velocidade.

Um exemplo é a revolucionária tecnologia de filmes fotovoltaicos desenvolvida pela empresa Sunew, um spin-off brasileiro nascido a partir do CSEM Brasil, um centro de inovação e tecnologia afiliado ao CSEM suíço, outro reconhecido núcleo de pesquisa. O produto em questão é o chamado OPV (Organic PhotoVoltaic), um filme super fino, com cerca de 1 mm de espessura, considerado um tipo de painel solar de terceira geração. Ele pesa cerca de 0.5 kg/m² e possui um raio de curvatura de até 10 cm. Sua superfície tem um nível de transparência que alcança 50%. Mas as vantagens não terminam aí.

O filme OPV depende menos do ângulo de incidência da luz solar e por isso consegue se aproveitar dela por mais tempo. Sua capacidade de absorver raios ultravioleta e infravermelhos também diminui a carga de calor do ambiente, e assim a eficiência na captação permanece inalterada mesmo em ambientes muito quentes. E tem mais.

Esse conjunto de características faz com que a tecnologia seja adequada para geração mesmo em ambientes internos, pelo fato de ela ser capaz de converter luz em energia até com baixa luminosidade. O OPV é customizável, reciclável e resistente, além de sustentável, pois uma fábrica demanda pouca energia para produzi-lo. A essa altura, fica claro por que essa é uma tecnologia que tem sido considerada revolucionária.

A Sunew é brasileira, foi fundada em novembro de 2015, e se tornou pioneira na produção desse filmes OPV. Sua fábrica, localizada em Belo Horizonte, tem capacidade instalada de até 400 mil m² por ano. O CSEM fechou recentemente um acordo com a AES Brasil para se tornar uma parceira preferencial, e juntas as empresas vão colaborar no desenvolvimento de produtos.

“Essa tecnologia amplia muito as possibilidades de utilização dentro da geração distribuída”, diz Alessandro Oliveira, gerente de programas de P&D e eficiência energética da AES. “Como a AES tem a geração distribuída como um de seus direcionadores estratégicos, a parceria entre as duas empresas faz todo sentido.”

A equipe da Sunew explica como se compõe o filme OPV. São cinco camadas, sobrepostas, “impressas” uma após a outra em um equipamento especialmente desenhado para isso. Ao final do processo, que visualmente se assemelha à impressão gráfica, obtém-se o OPV.

Vale lembrar que a tecnologia ainda está em um estágio de desenvolvimento inicial, se comparado à das placas de silício. Por isso, ela é ainda mais cara e menos eficiente. “Como é um produto novo, com pouco tempo de mercado, o OPV ainda precisa de mais pesquisa e desenvolvimento para atingir a mesma eficiência das placas de silício”, diz Alessandro. Mas, segundo o gerente da AES, a perspectiva é que já em 2020 o OPV ultrapasse a geração anterior de painéis solares. “É uma tecnologia que tende a substituir as placas solares como conhecemos”, diz Alessandro.

Inclusive, algumas grandes empresas já começam a testá-la em seus projetos. A desenvolvedora de software Totvs, por exemplo, cobriu parte da fachada de seu prédio sede em São Paulo com vidros laminados equipados com membrana OPV, totalizando cerca de 2 kWp de potência instalada. A Fiat também estuda implementação nos tetos solares de seus veículos.

“O OPV é um caminho sem volta”, diz Filipe Ivo, gerente de novos negócios do CSEM. “Ele faz sentido por vários aspectos. Por ser um processo de baixo custo, escalável, orgânico e com polímeros abundantes na natureza. Ele habilita uma integração mais intensa na vida das pessoas.”

Com tantas possibilidades, cabe agora à imaginação dos empreendedores encontrar soluções interessantes para a nova tecnologia.

 

Esta matéria pode ser encontrada no portal Inovação AES. Confira o site para ficar por dentro do que acontece no mundo da energia.

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