Tem sempre um dia em que a casa cai. Mas especialistas alertam: é bom evitar que este dia chegue. Antes de fazer uma obra, mesmo que seja de manutenção, lembre que você estará deixando um rastro significativo no ambiente. A indústria global de cimento é responsável por 8% da emissão de CO2, sendo a segunda maior emissora do mundo. O concreto representa a maior parte do CO2 total incorporado em estruturas como edifícios, atingindo cerca de 66%. Não foi à toa que o setor de construção civil mereceu boa parte das atenções da COP 27, em novembro passado.
Com estes números em mãos, a Penetron Internacional acaba de lançar um estudo em que conclui que a durabilidade do concreto é o maior desafio da sustentabilidade na construção.
“Para produzir cimento, existe um processo de queima a argila e calcário – este é o momento de maior emissão. Além de procurar maior eficiência nesta queima, seja usando filtros, seja usando outras formulações, entendemos que é importante usar menos o concreto. E uma das soluções é aumentando a vida útil do produto, usando uma tecnologia avançada de impermeabilização e proteção do concreto por cristalização integral”, explicou Cláudio Ourives, CEO da Penetron Brasil.
A tecnologia proposta pela empresa consiste em aplicar produtos de impermeabilização e proteção do concreto durante a obra. Trata-se de um processo chamado impermeabilização por cristalização. A técnica aumenta durabilidade do concreto, evitando reparos e podendo reduzir, em média, 65% a pegada de carbono na construção.
O ALTO CUSTO AMBIENTAL DAS OBRAS
O relatório da Penetron aponta que a água é a principal causa de deterioração do concreto, sendo a corrosão responsável por 80% dos danos. Isso dá origem a reparações ou substituições frequentes e dispendiosas, aumentando a utilização de cimento, outros materiais e energia.
De acordo com a empresa, a impermeabilização integral contra a água pode reduzir em até 90% a pegada de carbono gerada na manutenção e reparação de estruturas de concreto. A utilização de concreto resistente e impermeável já na execução da obra reduziria a pegada de carbono de uma estrutura em 50% ou mais ao prolongar a vida útil da estrutura e diminuir a necessidade de reparos.
De acordo com Ourives, já existem estudos que apontam para o concreto de carbono zero, ou seja, construções feitas sem nenhum cimento.
“Estamos procurando substitutos ao cimento: materiais capazes de aglutinar areia e pedra, sem o processo de queima. Uma das últimas pesquisas é o concreto carbono zero. Entramos nesta cadeia com uma tecnologia específica para melhorar o desempenho deste concreto nos próximos 50 anos – e assim usar menos material”, disse Ourives.
“Para alcançar o concreto de carbono zero, devemos pensar e investir na proteção da estrutura desde a concepção do projeto até às estratégias para realizar manutenções e reparos de forma otimizada”.
O executivo completou, apontando que existe muito desperdício nas obras no Brasil – muito por falta de planejamento. “Aqui é muito canteiro de obra. O ideal seria 80% de planejamento, incluindo a tecnologia, e 20% de execução”, finalizou.
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