1. SOBRE ARTIGOS ASSINADOS E SOBRE COMENTÁRIOS EM NOSSOS POSTS
O Draft, como plataforma editorial, busca retratar a pluralidade de opiniões relevantes sobre temas em que reconheçamos o “interesse presumido do leitor”.
Quanto maior a diversidade de visões sobre o mundo que conseguirmos reunir e apresentar, melhor estaremos contribuindo para que o leitor forme seu próprio juízo, sua própria visão e sua própria opinião sobre os assuntos tratados.
O Draft, como veículo, não endossa necessariamente as opiniões de terceiros que publica. Nosso primeiro interesse é sempre conhecer melhor as ideias em circulação, independente de concordamos ou não com elas.
A nossa opinião individual, ou mesmo como empresa, é irrelevante diante das grandes discussões. As nossas convicções pessoais, como editores do Draft, não podem jamais representar uma instância de censura na hora de definir as informações que podem ou não chegar até os nossos leitores. A curiosidade e a sede de conhecimento de quem segue o Draft é um bem maior do que as eventuais certezas de quem produz o Draft.
Convidamos você, como leitor, a cultivar esse mesmo espírito democrático, de mente aberta e de apetite intelectual.
Acreditamos que, dentro do terreno da legalidade, todos têm direito à liberdade de expressão e ao direito de externar a sua verdade. Você está convidado a participar dos debates e das discussões aqui no Draft. As opiniões assinadas por terceiros em nossa plataforma – sejam eles indivíduos ou empresas – são de responsabilidade de seus autores. Da mesma forma, a responsabilidade, inclusive legal, pelos comentários postados no Draft, é de quem os postou.
Nossos comentários não são pré-moderados. Acreditamos na maturidade e na consciência dos nossos leitores no que se refere ao respeito às diferenças e à integridade moral do próximo. Não precisamos concordar sempre. Mas precisamos, sempre, nos respeitar uns aos outros – especialmente na hora de discordar. A divergência de opiniões faz parte da democracia – e deve ser exercida com elegância e inteligência.
Portanto: dê a sua opinião. E, tão importante quanto isso, respeite a opinião alheia. Discuta os argumentos, sem insultos pessoais. Estamos aqui para discutir ideias, não para desqualificar o outro. Não incite a violência nem promova a intolerância ou o preconceito. Não use linguagem chula ou ofensiva. Não pratique injúria ou difamação.
Se você infringir essas regras, poderá ter seu comentário apagado ou até mesmo ter seu perfil banido do nosso ambiente. Nós nos reservamos desde já o direito de fazê-lo, em respeito à comunidade de leitores do Draft.
Se você se sentir ofendido por algum comentário, poderá denunciar a situação ao Draft, que irá analisá-la e tomar as medidas editoriais que lhe parecerem justas e cabíveis.
Seja bem-vindo e nos ajude a construir no Draft um ambiente saudável de troca de ideias, de compartilhamento de visões diferentes sobre a vida e sobre o mundo, de construção de conhecimento e de pujança intelectual.
2. SOBRE BRAND CONTENT – OS CONTEÚDOS DE MARCA QUE PUBLICAMOS NO DRAFT
No Draft, nosso principal modelo de negócios passa pela produção e publicação de Brand Content. Então vale explicitarmos alguns pontos importantes acerca desse tema.
Antes que tudo: o que é Brand Content? O significado do termo está contido em sua tradução direta: “conteúdo de marca”. As marcas deixaram de fazer apenas publicidade (anúncios) e passaram a produzir conteúdo (“storytelling”) de modo a melhor expressar suas opiniões, visões de mundo, crenças e teses.
As marcas, portanto, se tornaram “publishers” – produzem seu próprio conteúdo, em ambientes editoriais próprios (como um Brand Channel no Draft), angariando uma audiência própria, propondo um diálogo mais aberto e horizontal com seus públicos, e se relacionando com eles num nível muito mais próximo e profundo do que era possível fazer com um simples reclame ou com uma campanha publicitária.
É assim que as marcas têm apresentado seus produtos e serviços, destacado seus apoios e patrocínios, dado visibilidade aos territórios e propriedades em que decidiram fincar suas bandeiras. Essa é a nova fronteira do Content Marketing.
Para um veículo como o Draft, o limite ético, na hora de lidar com Brand Content, está em sempre deixar claro para o leitor quem está falando com ele naquele momento. A carga pejorativa do termo “post pago” remete à prática de um jornalista ou veículo (ou de um blogueiro, twitteiro) que publica na sua voz conteúdos pautados por outras consciências que não a sua, sem comunicar isso aos seus leitores e seguidores.
Isso é “vender uma matéria” – quando você, leitor, acha que está lendo um conteúdo independente e está, na verdade, tendo uma mensagem com interesses não revelados sendo sorrateiramente enfiada para dentro da sua cabeça.
Nós não fazemos isso, nunca fizemos isso e jamais faremos isso – seja no Draft, seja em nossas carreiras. Não trabalhamos com “post pago” nem com “matéria comprada” (ou “vendida”). Isso é prostituição jornalística. Trata-se de um estelionato editorial cometido contra o leitor.
É nossa opinião que a única opinião que vale, que conta e que tem valor é aquela que não está à venda e que, portanto, não pode ser comprada nem vendida. Os conteúdos do Draft não estão, nunca estiveram e jamais estarão à venda. Ponto.
Não obstante, o Draft trabalha com Content Marketing e com Native Advertising. É assim que buscamos a remuneração pelo nosso trabalho e que trabalhamos para tornar o Draft um negócio sustentável, que possa sobreviver.
Nós não temos posições de anúncio no Draft. Não veiculamos banners, campanhas, não temos anunciantes. Porque não acreditamos mais nesse modelo. Em Native Advertising, temos marcas que apresentam alguns conteúdos ou seções do Draft – sem qualquer ingerência editorial na produção desses conteúdos ou seções. Em Content Marketing, temos parceiros comerciais interessados em expressar a verdade de suas marcas, em divulgar as suas histórias e as suas crenças como empresas, por meio da produção e veiculação de conteúdo de marca.
O Draft trabalha com duas equipes distintas de jornalistas – uma produz conteúdo independente (com controle editorial exclusivo do Draft, sempre baseado no “interesse presumido do leitor”), e outra produz conteúdo de marca (com controle editorial da empresa parceira, com decisões editoriais tomadas a partir dos interesses da marca).
Os conteúdos de marca são responsabilidade das empresas que os pautam e aprovam. As opiniões expressas nos projetos de Brand Content veiculados no Draft refletem a visão de mundo da marca que os assinam – e essas assinaturas estarão sempre visíveis para o leitor. Os conteúdos de marca não refletem necessariamente as opiniões e posições do Draft.
Nossas páginas editoriais e os projetos comerciais, de Brand Content, que publicamos, são vasos não-comunicantes – e que não podem se comunicar. Jamais seremos mais simpáticos a uma determinada marca porque ela investe conosco, assim como jamais antagonizaremos outra marca porque ela não investe conosco. Isso seria praticar uma chantagem editorial com as empresas.
O Draft publicará o conteúdo de marca de qualquer empresa que se dispuser a pagar por um projeto de Brand Content? Não. Os limites do que aceitamos publicar em nossas parcerias de Content Marketing são os da lei vigente. Jamais publicaremos uma incitação ao crime.
Afora isso, não nos cabe tutelar a relação e a comunicação de uma determinada marca com nossos leitores. Isso seria operar não como editores ou publishers, mas sim como censores do que pode ou não ser dito aos nossos leitores, e de quem pode ou não acessá-los. Nós não temos essa prepotência. Negar o direito à voz a uma marca seria uma afronta. E seria também um enorme desrespeito à inteligência e à capacidade de discernimento de nossos leitores.
Ninguém precisa gostar ou concordar ou mesmo seguir conteúdos com os quais discorda – embora o exercício de procurar entender quem pensa diferente de nós, antes de execrar e demonizar o interlocutor, seja uma boa prática não apenas editorial – mas de vida.
3. NOSSOS VALORES, O VALOR DO DEBATE E A AMEAÇA DA INTOLERÂNCIA
A posição no Draft, como veículo, é não ter posição. Ou não deixar que nossas eventuais posições sobre determinado assunto constranjam o debate amplo sobre esse assunto. Nossa opinião é que todas as opiniões relevantes devem ser ouvidas. Inclusive para serem refutadas ou ignoradas.
Não desejamos construir no Draft um ambiente de voz única, em que todos concordem ou em que todas as opiniões sejam coincidentes e convirjam. Não desejamos conviver somente entre iguais, com gente que sempre concorda conosco e que só fala aquilo que gostamos de ouvir.
É preciso sair do gueto e estar poroso à troca e ao diálogo com visões divergentes. O contrário disso é ficarmos protegidos no nosso mundinho monotemático, em que não há colisão criativa nem necessidade de (re)pensar nem de crescer.
No Draft, não somos ativistas, somos jornalistas. Não estamos engajados em nenhum projeto que não seja o nosso projeto editorial. Não é nosso papel tomar o partido dessa ou daquela tese. Nosso trabalho é oferecer uma plataforma editorial marcada pela pluralidade de teses e vozes, para que os nossos leitores possam construir a sua própria tese e a sua própria voz.
Nosso olhar para a Nova Economia não nos torna mais simpáticos a alguns cases e personagens (da economia pós-industrial) e mais antipáticos em relação a outros (da economia industrial). Olhamos para qualquer interlocutor com o mesmo interesse, com o mesmo respeito e com o mesmo distanciamento.
Para fazer bom jornalismo, é preciso exercitar a isenção, a justeza, a diversidade, o equilíbrio e a mente aberta. É preciso ter o mesmo peso e a mesma medida em todos os escrutínios.
Veículo engajado, simpático ao tema que cobre, faz mau jornalismo – faz propaganda e proselitismo. Veículo contrário e avesso a determinado tema, também faz mau jornalismo – faz panfleto e diatribe.
Há pontos de honra, limites inegociáveis, para o Draft? Sim. Liberdade de expressão, respeito às liberdades individuais, às diferenças de opinião, aos direitos civis e aos direitos humanos.
Ou seja: dentro do terreno dos valores democráticos e das leis, nossa curiosidade intelectual nos leva a querer saber mais sobre quase tudo, inclusive sobre aquilo que nos parece estranho à primeira vista, inclusive sobre as teses com as quais eventualmente não concordamos – desde que elas sejam relevantes e possam render uma boa reflexão.
Estamos no ramo de abrir as questões, fazendo as perguntas certas – e não no de encerrar as discussões, estabelecendo respostas pétreas. Estamos no ramo de oferecer aos leitores informações relevantes – não necessariamente informações com as quais ele vá concordar.
Não temos medo do que nos surpreende, do que nos provoca, do que nos desafia. Ao contrário: isso nos estimula. Não acreditamos no silêncio nem no tabu – e muito menos na censura, seja para calar um indivíduo ou uma instituição.
Ideias, mesmo aquelas que nos são antagônicas, são feitas para circular. E para serem debatidas de modo consciencioso e informado. Quanto mais uma determinada posição nos estimular a refletir e raciocinar, melhor.
Esse é o tipo de jornalismo que gostamos de praticar e de consumir. O contrário disso não combina conosco. O mundo do Draft é o da mudança constante, o das verdades que se transformam todo dia e que precisam, portanto, ser revistas periodicamente.
O mundo do Draft não é o do dogma nem o do fundamentalismo ideológico. Nós estamos no ramo da “ciência” e não da “religião”. Estamos no ramo da “democracia” e não da “ditadura”, do “iluminismo” e não das “trevas”, da “razão” e não da “irracionalidade”. Acreditamos em bons argumentos e na boa retórica – e não em gritos ou dedo na cara.
A grande maioria de nossos leitores compreende bem isso. E nos apoia. Combatemos a intolerância intelectual. O que buscamos é a ampliação dos horizontes, a expansão do conhecimento, o compartilhamento de experiências e visões díspares de mundo. A colisão criativa nos engrandece a todos. É assim que pretendemos inspirar, provocar e construir a relevância do Draft no dia-a-dia dos nossos leitores.
Acreditamos que se apaixonar pela própria tese a ponto de não enxergar nem admitir outras visões de mundo, ou de tachá-las como hediondas e indignas, e merecedoras do banimento, só porque não nos são espelho, é uma postura totalitária.
Acreditamos que fechar os ouvidos a quem não diz exatamente aquilo que queremos ouvir, ou de impor o silêncio e o degredo a quem não concordar conosco, é um atalho desinteligente para o fascismo e para a truculência.
Vale sempre citar a belíssima frase de Rosa Luxemburgo: “A liberdade é quase sempre, exclusivamente, a liberdade de quem pensa diferente de nós.” Ou então a linda sentença de Voltaire: “Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.”
Para o grande debate, é preciso ter honestidade intelectual – ninguém “vence” uma discussão. Numa boa discussão, os dois (ou mais) lados saem vencedores, sempre, porque saem engrandecidos da disputa.
Para o grande debate, é preciso também ter humildade intelectual. Aprender a ouvir – de verdade – o próximo. Estar interessado – de verdade – em aprender alguma coisa com o outro.
Para o grande debate, por fim, é preciso estar aberto ao diálogo. Se você já sabe tudo, se está com as portas e janelas da mente e do coração fechadas, não há espaço para a troca e a relação será perde-perde – “eu não lhe darei nada e também não receberei nada de você”. Sairemos nos odiando sem ao menos nos conhecermos.
O Draft deseja contribuir para a construção de uma outra realidade. Que possamos nos afetar – no grande sentido desse verbo – e crescer juntos. Nós lhe convidamos a nos ajudar nessa construção.