“Recrutamento tem base no currículo. Aos 30 e tantos, com o meu, não faria nem entrevista”, diz o empreendedor Marcel Lotufo

Cláudia de Castro Lima - 27 mar 2020 Cláudia de Castro Lima - 27 mar 2020
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Com 30 e poucos anos, o empreendedor Marcel Lotufo tinha um currículo um tanto heterodoxo. Formado em administração, ele havia trabalhado em uma grande empresa de seguros, atuado como headhunter, vendido algodão em Singapura e na China (percorrendo, para isso, 500 quilômetros por dia visitando fazendas) e criado uma cachaçaria, daquelas com mel e limão.

“A maior parte do recrutamento das empresas é baseado em currículo. E, no meu caso, era o oposto”, ele diz. “Aos 30 e tantos, com o meu CV, não seria chamado nem para a entrevista.”

Depois de muito bater a cabeça, sem fazer o que gostava de fato, e sentir na pele o viés nas contratações – ou seja, o peso que ainda tem o currículo, e não as habilidades e características comportamentais que o profissional carrega –, ele resolveu empreender. E criou a Kenoby, uma startup – veja você – de recrutamento e seleção. Com a metodologia, pretende ajudar as empresas nas contratações, sem levar em conta o viés.

Neste bate-papo com a editora do Draft Cláudia de Castro Lima, ele fala sobre a cobrança que ele próprio se impunha para achar um rumo, sobre os dias em que não queria levantar da cama (“não que eu não levantei, mas era muito difícil; chegava a hora do ‘Fantástico’ e eu tinha vontade de chorar”) e sobre a montanha-russa de sensações entre a esperança em um novo emprego e a decepção (“é altamente frustrante começar do zero com mais 30”) .

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