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“Somos uma rede social de cidadania, uma ponte entre o que o cidadão quer e o governo faz”

Bruno Leuzinger - 3 dez 2015
Hoje radicado em São Paulo, o recifense Gustavo comandou uma empresa de marketing digital em Pernambuco
Bruno Leuzinger - 3 dez 2015
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Reclamar é fácil. Bem mais complexo é canalizar as queixas e transformá-las em crítica construtiva. Eis o grande mérito da startup Colab, que dá nome também ao produto da empresa. “O Colab é uma rede social para a cidadania”, diz Gustavo Maia, de 31 anos, um dos quatro sócios. “Vimos que muitas vezes existe um vale enorme entre o que o cidadão quer e o que o governo faz. Resolvemos então criar uma ponte transparente, amigável, onde o cidadão se sinta à vontade para debater e reclamar – e ao mesmo tempo estruturada de modo a convencer o governo a utilizar a plataforma.” A empresa está na final do The Venture Brasil, etapa local da principal competição de empreendedorismo social do planeta.

Gustavo é um recifense hoje radicado em São Paulo – assim como Bruno Aracaty, Paulo Pandolfi e Josemando Sobral, seus sócios, todos com 30 e poucos anos. Com Paulo e Bruno, ele esteve à frente de uma empresa de marketing digital que atuava em campanhas para partidos diversos: PT, PSDB, PV, PMDB, PSB… Em 2012, sondando a viabilidade da candidatura a prefeito de Recife do então deputado federal Raul Henry (hoje vice-governador de Pernambuco), Gustavo se impressionou com o feedback das enquetes publicadas na fanpage do político – numa semana, mais de 50 mil responderam a uma única pesquisa. Surgia ali a ideia de uma ferramenta colaborativa que ajudasse na gestão da cidade.

O Colab foi lançado em março de 2013. Conforme os recifenses publicavam críticas e comentários na plataforma, a equipe coletava o conteúdo e disparava em canais de comunicação no site da prefeitura, na esperança de que despertasse uma reação do poder público. “Apenas dois meses depois, levamos o prêmio de melhor aplicativo urbano do mundo pela fundação franco-suíça New Cities Foundation”, diz Gustavo. “Só para você ter uma ideia, o segundo lugar foi o Public Stuff, que desenvolve aplicativos para prefeituras dos Estados Unidos. Eles já estavam em cem cidades, enquanto a gente tinha acabado de nascer!” O prêmio deu prestígio e repercutiu em veículos como Fast Company e The Guardian.

Quando o tsunami de insatisfação irrompeu nas manifestações de junho de 2013, os governantes sacaram que precisavam ouvir o povo – e os rapazes rodaram o país apresentando o projeto. “Em março de 2014, lançamos o Colab como a plataforma oficial de atendimento da prefeitura de Curitiba.” Hoje, ela é adotada por cem municípios – incluindo Porto Alegre, Brasília, Teresina, São Luís e Natal. Uma das funcionalidades permite disparar enquetes, conclamando a participação popular na tomada de decisão. Recentemente, a prefeitura de Campinas convocou a população para ajudar a decidir, por meio do Colab, o destino de uma verba de R$ 1 milhão entre cinco projetos parados por falta de recursos.

Qualquer um pode baixar a plataforma – mas ela faz de fato sentido quando a prefeitura é cliente da empresa e se compromete a usá-la para melhorar os serviços públicos. “Nos envolvemos em questões de infra-estrutura: o buraco, a poda, a iluminação, a limpeza, o estacionamento irregular, a sinalização, o esgoto a céu aberto…” As prefeituras aderem ao modelo gratuito ou pagam uma anuidade para ter serviços e funções extras, como a ferramenta de gestão de workflow. Se alguém publica uma demanda (tapar um buraco, por exemplo), ela cai numa equipe de triagem, que notifica o responsável técnico. O tempo de atendimento e o desenrolar da solução são acompanhados pela prefeitura – e pelo cidadão.

A empresa faturou este ano R$ 2 milhões, e está crescendo. “Há oito meses, éramos seis pessoas. Hoje somos três vezes mais, e vamos dobrar até março”, diz Gustavo. Em fevereiro, ele esteve em Abu Dhabi, no World Summit Mobile Award, onde o Colab foi eleito um dos cinco melhores apps de governo do mundo (em outubro, foi a vez do sócio Bruno ir a Washington receber o prêmio de Inovação de Maior Impacto de 2015 concedido pelo BID). O plano agora é expandir para Portugal. “Fizemos uma rodada de conversas com prefeitos”, revela. “Porto e Braga estão em processo de contratação.” E a boa fase é coroada pela vaga na final do The Venture Brasil: “O The Venture é uma porta de networking enorme!”.

E aí? O que você achou da solução da Colab? Não deixe de votar no seu candidato a vencedor do The Venture Brasil, projeto apoiado por Chivas Regal que irá levar a melhor ideia para concorrer a US$ 1 milhão na etapa global. Vote aqui!

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