Verbete Draft: o que é Crowdshipping

Isabela Mena - 19 set 2018
O Crowdshipping é uma opção de entrega mais rápida, de maior flexibilidade e escalável. É claro, precisa existir confiança no entregador e cuidado na manuseio dos produtos.
Isabela Mena - 19 set 2018
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Continuamos a série que explica as principais palavras do vocabulário dos empreendedores da nova economia. São termos e expressões que você precisa saber: seja para conhecer as novas ferramentas que vão impulsionar seus negócios ou para te ajudar a falar a mesma língua de mentores e investidores. O verbete de hoje é…

CROWDSHIPPING

O que acham que é: Serviços de entrega para multidões.

O que realmente é: Crowdshipping (também conhecido como crowdsourced delivery ou shipping) é um sistema de entrega de produtos (comprados remotamente) feito por pessoas comuns, cadastradas a aplicativos que oferecem o serviço e usando seus próprios meios de transporte (que pode ser, inclusive, uma bicicleta). O Crowdshipping faz parte do mercado em que a tecnologia entra para substituir serviços tradicionais já consolidados e formas alternativas, como Uber e Airbnb, e, assim como essas empresas, dá corpo à Gig Economy, na qual os prestadores de serviço não têm vínculos nem benefícios. Outra semelhança, de acordo com Antônio Bonassa, professor do curso de Administração da ESPM, é a substituição de serviços prestados em grande escala para outros em menor e mais customizada. “Além disso, o poder de barganha sai das mãos dos vendedores, sejam eles frotas de táxi, redes hoteleiras ou empresas de transporte, tornando-se mais balanceado.”

Para Cláudio Carvajal, coordenador dos cursos de Administração e de Gestão de TI da FIAP, o Crowdshipping é inerente à Economia Compartilhada. “É um modelo de negócio na área de transporte e logística que pode ajudar a compensar o desemprego causado, em parte, pela automação. Já Vinicius Picanço, coordenador do Centro de Empreendedorismo do Insper, vê no Crowdshipping uma das tendências mais recentes em operações de entrega final (quando chega ao consumidor) de produtos em centros urbanos, tradicionalmente chamadas de last mile delivery. “Empresas e especialistas estão buscando compreender seu impacto nas operações logísticas, especialmente no que tange o planejamento de distribuição em grandes centros urbanos.”

Quem inventou: A empresa americana PigeonShip, de Jared Overton, é tida como a primeira a lançar o serviço.

Quando foi inventado: Em 2012.

Para que serve: É mais econômico, mais rápido e mais sustentável. Bonassa diz que o Crowdshipping representa a desconsolidação das cargas, já que em vez de estar em um mesmo veículo (como caminhão, van ou moto) estão distribuídas por vários outros com menor capacidade. “O sistema surge como opção de entrega mais rápida, mais responsiva à necessidades da demanda, de maior flexibilidade e escalável.” Para Picanço, trata-se de uma resposta mais eficiente aos grandes desafios operacionais do last mile delivery, potencializados particularmente pelo aumento contínuo do e-commerce. “Há menos custos, tempo de entrega, limitações de movimentação de cargas em centros urbanos e impactos sociais e ambientais como emissão de poluentes, tráfego, atrasos, congestão etc.”

Quem usa: Além da já citada PigeonShip, nos Estados Unidos, há também as empresas Hitch, Deliv, Doordash, Postmates e Grubhub. Já a Amazon Flex é a versão da Amazon para o Crowdshipping. No Brasil, há Shippify e a Uello. Até o fim do ano os Correios pretendem lançar um serviço de Crowdshipping que entregará os pedidos no mesmo dia, de moto, carro ou bicicleta. Há, ainda, a Uber Eats.

Efeitos colaterais: Confiança, por parte dos clientes; qualidade da entrega, por parte dos entregadores. Bonassa diz que muitas pessoas não se sentem confortáveis ou seguras que entregadores sem vínculo empregatício saibam suas informações pessoais como nome, endereço e CPF, impressos na nota fiscal. “Para evitar problema, deve ser feita verificação dos antecedentes criminais dos transportadores, assim como um sistema de avaliação de seus serviços.” Segundo Picanço, em alguns casos é preciso haver muita atenção no manuseio de um produto, já em outros, é preciso atender a requisitos de tempo de entrega, o que demanda treinamento, preparação dos entregadores e coordenação de entregas bem definida. “Outro desafio desse modelo é compatibilizar a oferta de entregadores com as demandas reais, de tal forma que o processo seja eficiente e viável”, afirma.

Quem é contra: “Empresas tradicionais de logística que não tenham agilidade para se adaptar a essa mudança”, diz Carvajal.

Para saber mais:
1) Leia, na Business Insider, Crowdsourced delivery explained: making same day shipping cheaper through local couriers. O texto aborda uma questão bastante importante nos Estados Unidos: a entrega no mesmo dia da compra.
2) Leia, no Estadão, Correios vão lançar o ‘Uber da entrega’, sobre o serviço de Crowdshipping que está para ser lançado.

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