Dizem que a necessidade faz a oportunidade. No caso das irmãs Sarah e Julinha Lazaretti, sócias da Alergoshop, empresa especializada em produtos para pessoas alérgicas, a frase realmente é verdadeira. Aqui Sarah nos conta como enxergou na dificuldade um nicho promissor e tornou-se uma pioneira no setor.
Como surgiu a ideia da Alergoshop?
A Alergoshop nasceu de uma necessidade própria. Minha filha Marina, desde muito pequena apresentou asma e dermatite atópica. Eu vivia levando-a aos médicos que indicavam uso de capas anti-ácaro, produtos de higiene pessoal e pra casa que fossem hipoalergênicos, mas era super difícil encontrá-los! Então, um dia, conversando com minha irmã Julinha sobre as dificuldades que eu tinha, ela que é bióloga e na época fazia pós-graduação em imunologia, comentou que os médicos também tinham dificuldade em indicar os produtos aos pacientes exatamente por não ter onde adquiri-los. Assim surgiu a ideia de abrirmos uma loja com produtos para os vários tipos de alergias.
O que você fazia até então?
Havia me formado em enfermagem e na época eu dava plantão em hospital como enfermeira obstetra.
Como foi o início da empresa?
Nós tínhamos certeza que assim como eu, muitas outras mães ou alérgicos sentiam a mesma necessidade! Seria algo inédito no Brasil, tão desafiador, quanto promissor.
Fomos completamente arrojadas! Na época eu trabalhava em dois empregos, tinha a Marina com 5 anos, estava grávida do meu segundo filho (alérgico também). Para começarmos, a Julinha foi para os EUA e trouxe vários produtos, com os quais abrimos a loja, uma casa minúscula na zona oeste de SP. Nós entramos com tanta vontade e certeza que daria certo, que não me lembro do sentimento de medo. Nosso maior desafio, por outro lado, era criar uma cultura nas pessoas de que era possível minimizar os incômodos das alergias, com produtos e o controle ambiental. Além disso, precisávamos nos tornar conhecidas, dizer para as pessoas onde estávamos.
Quais os maiores obstáculos que você encontrou?
Vários! Tempo era um deles. Com dois filhos pequenos e dois empregos, ia ao escritório dia sim, dia não, de acordo com os plantões. A Julinha, que na época era solteira, ia diariamente, o que foi muito importante. Quando a empresa completou 18 meses eu consegui ficar somente na Alergoshop, o que foi uma etapa vencida. Outro desafio era aprender a comprar, negociar, conhecer fornecedores, entender de nota fiscal, contador, funcionários e tudo que envolve um negócio. Éramos apenas nós duas, com pouco capital e sem base teórica de administração. Superamos com nosso bom senso, persistência e vontade de dar certo. E nunca pensamos em desistir! É claro que tivemos dificuldades, assim como todo empreendedor, mas entendíamos que fazia parte do processo superá-las uma a uma, e fomos em frente. Nosso pai foi empresário e crescemos ouvindo os sucessos e dificuldade de um empreender.
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