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Entenda quais são as principais soft skills de um bom líder no pós-pandemia

Fabiana Galetol - 15 jul 2022 Fabiana Galetol - 15 jul 2022
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*Fabiana Galetol é Diretora de Pessoas da Sodexo Benefícios e Incentivos

Durante a pandemia, perdemos familiares, amigos, tivemos a saúde física, mental e emocional afetada. Olhamos para dentro de nós e esse olhar mais humano também se voltou para o outro. Um dos grandes aprendizados para as empresas foi lidar com a fragilidade humana por meio da expressão de emoções no trabalho. E isso se refletiu na relação do RH com os líderes, e deles com os liderados. Mais do que dos resultados, tivemos que aprender a cuidar mais das pessoas.

Nesse cenário, o RH teve, e ainda está tendo, um papel fundamental. Nossa empresa sempre prezou por uma gestão humanizada e sempre teve participação ativa nas decisões, mas aquele RH que não sentava no board precisou fazer isso, porque as decisões passaram a ser centradas no colaborador de fato.

Assim, olhar mais o outro, trabalhar a escuta ativa, ter real interesse e capacidade de entendimento e ainda considerar as próprias emoções foram atitudes definidoras para manter o ânimo das equipes. Mas era preciso ir além, pensar no futuro, mapear novos cenários e as novas competências necessárias aos líderes.

Durante a pandemia atuamos dentro do guarda-chuva dos 3 Cs: comunicação, confiança e colaboração. E tudo caminhou muito bem. Depois, conseguimos realizar o treinamento de liderança pós-pandêmica. Isso foi fundamental para adotarmos o modelo híbrido de trabalho e para reforçar as soft skills mais importantes para esses líderes: criatividade, resiliência, comunicação e motivação.

Não há novidade, mas, nos últimos tempos, essas competências passaram a ser protagonistas. Elas independem do modelo de trabalho, se presencial, híbrido ou totalmente remoto e estão intimamente conectadas umas às outras.

Para começar, criatividade e resiliência andam praticamente juntas. Elas se tornaram habilidades fundamentais para aprender tudo o que precisamos em um curto espaço de tempo, em condições desfavoráveis, em ambientes novos. Hoje, elas ajudam os líderes a controlar melhor as condições externas, pensar fora da caixa para encontrar soluções inovadoras e eficazes.

Nós do RH e os líderes as desenvolvemos também em situações práticas, de tentativa e erro, o que nos leva a um aprendizado contínuo. Só que ultimamente estamos aprendendo em uma velocidade maior. A sensação é a de que não dá tempo de pensar muito – o que pode ser desgastante e gatilho para o estresse. Por isso, é importante não apenas observar, escutar e correr contra o tempo, mas estar disposto a errar, aprender com os erros. E no final, comunicar todo esse aprendizado para retroalimentar o sistema, o que torna a comunicação clara, assertiva e empática uma soft skill indispensável aos líderes dos novos tempos.

Entretanto, é imprescindível aprimorar essa habilidade. É inegável que a comunicação digital trouxe facilidades, melhora da produtividade, mas também insegurança e ansiedade. Por isso, passamos a orientar o básico, como: “Quando entrar em uma reunião, pergunte como seu colaborador está, tente ver nos olhos dele se está tentando dizer algo”. No presencial, esse feeling era mais natural. Agora, nos pautamos na confiança, na abertura entre as pessoas.

Esses encontros virtuais ainda naturalizaram fatos da nossa vida pessoal no trabalho. Vimos cachorros passando pelas câmeras, ouvimos o choro das crianças e isso não foi um problema. Aprendemos a ter uma comunicação honesta e não podemos perdê-la, porque isso evidenciou o melhor do nosso lado humano.

Outro ponto importante que deve ser frisado nesses novos tempos de trabalho híbrido é a inclusão de quem está na empresa e de quem está em casa. As pessoas em home office têm receio de não serem vistas e, por isso, o líder deve garantir a mesma experiência para todos. O colaborador não pode achar que se não for ao escritório irá perder oportunidades.

E tudo o que falo aqui tem de ser conversado, ajustado, treinado, com base em confiança. Muita coisa estamos aprendendo na raça. E para isso é indispensável ao líder manter a motivação de sua equipe e estar motivado. Um bom caminho é estabelecer uma rotina com tarefas e horários, reservar espaço em casa, garantir tempo para o lazer, para as pausas, respeitar o próprio tempo, movimentar o corpo, equilibrar vida pessoal e profissional.

Já para manter o engajamento do time, é importante que o líder seja também mais participativo e compreensivo, porque a instabilidade emocional não acabou. Ele precisa estar muito presente, mesmo quando o trabalho for remoto.

Por fim, fazer uma gestão humanizada é lidar com a fragilidade humana em todos os sentidos: a do outro e a nossa, como líderes, como empresa, como RH. Se, da noite para o dia, tivemos que gerenciar uma série de incertezas, aprender a lidar com as próprias crises e emoções dos outros, não podemos desperdiçar tal aprendizado. Temos que continuar com esse mindset. Passamos por tanta coisa que não imaginamos que fôssemos capazes por imposição de uma situação incontrolável que, agora, por opção, temos que ser capazes de manter a cabeça erguida e a mente aberta para testar o novo.

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