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Bayer Life 2021 debate inovação, inclusão e sustentabilidade e premia soluções transformadoras em Saúde e Agricultura

Fernando Souza - 30 nov 2021
Direto do LifeHub SP, o hub de inovação da Bayer em São Paulo, o evento foi transmitido em tempo real, pelo YouTube, no Dia Mundial da Ciência.
Fernando Souza - 30 nov 2021
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“Eu sou Rita Batista, uma mulher negra de mais ou menos 1,65 metro, cabelos grisalhos, uso óculos, estou vestida com uma blusa jeans e uma saia azul escura”.

A preocupação do Bayer Life 2021 em se fazer diverso, acessível e inclusivo pôde ser percebido logo na apresentação da mestre de cerimônias, a jornalista baiana Rita Batista. Na fala inicial, Rita usou um recurso de acessibilidade muito em voga na comunicação com deficientes visuais, a audiodescrição.

Em sua segunda edição, o evento anual de inovação, sustentabilidade, diversidade e inclusão da Bayer no Brasil foi ao ar em tempo real, pelo YouTube, em pleno Dia Mundial da Ciência, 24 de novembro. 

Diretamente do LifeHub SP, o amplo hub de inovação da Bayer na capital paulista (que acaba de completar 1 ano), a transmissão contou com janela de Libras (Língua Brasileira de Sinais) ao longo de toda a programação e teve participações tanto presenciais quanto remotas dos painelistas, mas manteve-se sem plateia em respeito às medidas de prevenção ao coronavírus.

Para o evento, a Bayer – que comemora 125 anos de Brasil – reuniu nomes e saberes bastante associados aos assuntos da agenda, toda ela norteada pelo tema Cocriando o Futuro que Queremos.

Dividido em três painéis (Inclusão e Diversidade, Ciência e Tecnologia, e Ações Sustentáveis), o Bayer Life deste ano teve como novidade o anúncio dos vencedores do inédito Prêmio Mentes da Inovação, reservado para o final do evento.

No primeiro painel (Inclusão e Diversidade), Titus Martonie, gerente de Treinamento da divisão Pharma da Bayer, mediou as explanações da humorista e apresentadora Pequena Lo, portadora de displasia óssea, e da empresária e ativista negra Rachel Maia, fundadora do Projeto Capacita-me. Ao chamá-las, a jornalista Rita Batista lançou uma questão: “Será que conseguimos progredir, dando protagonismo a quem ainda não tem?”.

INCLUIR E DIVERSIFICAR

“Quando comecei (a fazer humor), em 2015, eu não tinha uma referência sequer de pessoa com deficiência na internet. Ter me tornado uma referência é muito legal, porque nunca imaginei que faria tanta diferença na vida das pessoas”, contou Pequena Lo.

“Gosto de dizer que eu não usei o humor para superar a minha deficiência, porque é algo que não tento superar. Ela nasceu comigo (e vai) até o fim. Eu aprendi a aceitar quem eu sou, que sou diferente, e isso não me impede de fazer o que eu quero e ocupar o espaço que eu sempre quis”, disse a humorista.

Rachel Maia, respondendo a Titus Martonie sobre o desafio de se ter mais mulheres negras no topo das empresas (como é o caso dela), atribuiu à falta de equidade na sociedade o reflexo do que é visto nas corporações. “Se não tivermos uma sociedade equânime dentro de um processo de transformação, vamos ter dificuldade para ter números, índices que possam formar massas críticas”, disse.

A humorista Pequena Lo: “Quando se tem uma deficiência, você enfrenta todos os dias um olhar de incapacidade. As pessoas já te olham achando que você não vai conseguir fazer nada”.

Rachel clama por iniciativas individuais de inclusão para que a diversidade ganhe escala e gere mais riqueza. “Se no nosso entorno está faltando pluralidade, temos que começar como indivíduo. Se você não fizer a sua parte, não adianta se posicionar e cobrar o próximo. Já está provado que a pluralidade traz ganhos financeiros, e são esses ganhos que os investidores estão cobrando. Não é mais o Brasil do futuro, é o Brasil do presente.”

Para Pequena Lo, uma celebridade da internet com mais de 4 milhões de seguidores somente no Instagram, a inclusão precisa extrapolar o mundo digital. 

“Não é só me acompanhar, rir e me mandar uma mensagem dizendo que aprendeu e mudou sua visão em relação às pessoas com deficiência. (É preciso) praticar a inclusão da pessoa com deficiência também fora daquela bolha, daquela tela de celular, seja numa roda de amigos ou no mercado de trabalho”, disse.

“Nos hospitais em que fiz estágio (de psicologia), eu tive dificuldade com falta de rampa, de acessibilidade… É uma luta diária que todos nós, PCDs (pessoas com deficiência), temos para a inclusão profissional, escolar e social. Quando se tem uma deficiência, você enfrenta todos os dias um olhar de incapacidade. As pessoas já te olham achando que não vai conseguir fazer nada, e quando você mostra o contrário, as pessoas se assustam”, completou.

A empresária e ativista Rachel Maia: “Se no nosso entorno está faltando pluralidade, temos que começar como indivíduo. Se você não fizer a sua parte, não adianta se posicionar e cobrar o próximo”.

Para finalizar, Rachel Maia discorreu sobre a exclusão da população negra no Brasil. “Após 400 anos de escravidão, não houve nenhuma ação social para apoiar a abolição. E, desde então, acumularam-se 134 anos de disparidade na sociedade. Fazem-se necessárias medidas focadas nesse povo, que representa 56% da população e foi por anos marginalizado, por herança de preconceito e por ações excludentes que acham que isso tudo é normal. Nós precisamos desconstruir parte do processo que nos constituiu até aqui, fazendo com que essas pessoas se sintam incluídas”, disse.

A empresária aproveitou para cobrar mais participação ativa das mulheres para ampliarem seu papel nas corporações. 

“Como está a foto da liderança daquela empresa? O nosso papel é de transformar pelo ativismo, nos posicionando. Muitas vezes você não concordará com aquele ecossistema, que pode ser preconceituoso, discriminatório, sexista, homofóbico… Quando você se posiciona, está dando um basta a todos os vieses.”

“Hoje, as mulheres, que são 51% da população, representam 38% do corpo executivo das empresas,15% das cadeiras de liderança e somente 7% das cadeiras de presidente, quando excluídas herdeiras e afins. Nós temos que assumir esse papel do lugar de fala.”

INOVAÇÃO E SOFT SKILLS, AS HABILIDADES QUE NÃO SE HERDAM NEM ESTÃO NOS LIVROS

A seguir, no painel Ciência e Tecnologia, Gustavo Belchior, gerente de Crop Science da Bayer, conduziu a troca de ideias entre a professora de inteligência artificial, futurista, colunista do MIT e palestrante do TEDx Martha Gabriel, e Murilo Gun, professor e fundador da Keep Learning School. Em suas falas, Martha e Murilo desenvolveram os conceitos de criatividade e inovação e de como os dois, aliados ao pensamento crítico e à educação, podem nos levar ao futuro.

O professor Murilo Gun: “Questionar o mundo interno requer humildade. Tem aquela história que diz que quando você aponta o dedo para alguém, está apontando outros três para você mesmo”.

“O brasileiro é mundialmente conhecido por ser criativo, mas a gente está só em 57º lugar no ranking de inovação. É incrível porque nós temos hubs de inovação fantásticos em quase todos os estados, think tanks, labs dentro de universidades e empresas, mas também um problema cultural de não abraçar métodos. E inovação sem método não funciona. A criatividade, inclusive, é uma das etapas do método de inovação”, disse Martha Gabriel.

Murilo Gun pegou a deixa da palestrante: 

“Se eu tenho um problema e dou uma solução usando a imaginação, ou seja, imaginando uma nova possibilidade e não apenas utilizando a memorização, que é a repetição de uma imagem já imaginada, eu estou sendo criativo. Criatividade, portanto, é a imaginação aplicada para resolver um desafio. E inovação é a criatividade emitindo nota fiscal.”

O mediador Gustavo Belchior, então, questionou a nossa dificuldade de pensar criticamente em prol da inovação, de fugir da influência dos vieses cognitivos e de escapar do convívio de pessoas que pensam como nós, o que acaba nos impedindo de mudar e aceitar o que o novo tem para oferecer.

“Pensamento crítico não é herdado como a inteligência, precisa ser ensinado, e sem ele você não direciona a inovação. (Para adquiri-lo,) você precisa ter ceticismo, repertório e pelo menos o mínimo de lógica, argumentação e retórica, além de valores e atitudes que direcionem essa parte de pensar. Tudo isso é educação diária e está ligado a competências que desenvolvem o ser humano, as soft skills, tão necessárias daqui pra frente”, disse Martha Gabriel.

Para a formação do pensamento crítico – considerado uma das mais importantes soft skills –, Murilo lembrou a importância da autocrítica. “Ao acabar uma conversa, você precisa olhar para dentro e pensar, ‘será que eu escutei o outro, será que eu interrompi, será que eu levantei a voz?’. A gente pode estar sempre questionando o mundo externo, mas questionar o mundo interno requer uma humildade. Tem aquela história que diz que quando você aponta o dedo para alguém, está apontando outros três para você mesmo”, refletiu.

Por fim, o gerente da Bayer perguntou qual é a principal habilidade que nos fará evoluir para um futuro melhor. “É a habilidade do sentir, porque a gente passou milênios desenvolvendo o pensar a mente, e agora vem a inteligência do coração”, respondeu Murilo. “Para acessar essa inteligência, a gente precisa baixar o volume da mente, silenciar, porque o sentir fala baixinho, fala cochichando.”

A palestrante e futurista Martha Gabriel: “Pensamento crítico não é herdado como a inteligência, precisa ser ensinado, e sem ele você não direciona a inovação”.

Para a futurista Martha Gabriel, a inovação pode ser potencializada com um novo olhar para a educação artística. “As artes são muito esquecidas pela educação, mas é a área que faz a diferença para você sentir o mundo. Temos que começar a direcionar mais a parte artística do desenvolvimento humano, e lá na frente investir nas tecnologias que estão reestruturando o planeta da quarta revolução industrial e da sociedade 5.0”, disse.

“Quando você junta arte e tecnologia, quando pega a sensibilidade do artista e todas as antenas que ele tem, consegue viabilizar a experimentação por meio da tecnologia. Eu experimento muito, e quando você faz isso com arte, não tem um comprometimento como na inovação, que tem que dar resultado. Mas ao experimentar mais, você abre o leque de inovação.”

2030: DEADLINE OU LIFELINE?

No último painel do evento, Eduardo Bastos, gerente de sustentabilidade da Bayer Crop Science para América Latina, contou as novidades que trouxe da COP26, a Conferência do Clima da ONU, antes de conversar com Ana Carolina Paci, gerente de ODS e engajamento do Pacto Global. “Foi uma COP muito importante, ainda que insuficiente”, disse Eduardo. “Mais de 100 países assinaram o compromisso de zerar o desmatamento ilegal até 2030, e o Brasil, mais ousado, até 2028. Mas, na conferência, houve só uma menção muito rápida a combustíveis fósseis, e alguns grandes emissores, como a China, não assinaram o acordo para zerar o uso de carvão”, resumiu.

O gerente de sustentabilidade Eduardo Bastos: “Foi uma COP muito importante, ainda que insuficiente. Grandes emissores (de CO2), como a China, não assinaram o acordo para zerar o uso de carvão”.

Especialista em ODS, Ana Carolina explicou o conceito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. “Eles são parte de uma agenda maior chamada Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Traçam 17 objetivos e 169 metas para que a gente alcance um mundo melhor no fim dessa década, pensando nas gerações futuras”, explicou. 

“A agenda do clima sempre sobressai quando falamos de sustentabilidade, mas a gente também tem a esfera social e a esfera econômica, e os ODS falam sobre isso de maneira conjunta: como a gente consegue crescer economicamente considerando os impactos sociais e ambientais desse crescimento? Apesar de ter sido traçada pelos países-membros da ONU, não é uma agenda só governamental, e deve ser trabalhada também por empresas e pela sociedade civil”, continuou.

“Como diz o secretário-geral da ONU, António Guterres, (a Agenda 2030) é o nosso atestado global de interdependência. Só atuando de forma conjunta, com sinergia, a gente consegue alcançar os objetivos, ou pelo menos chegar o mais perto deles até o fim desta década.”

Com a sustentabilidade em pauta, a gerente de ODS do Pacto Global aproveitou para abordar o modismo da agenda ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança), que virou um mantra na pauta corporativa. “ESG é a forma como os investidores olham para a sustentabilidade. Apesar de ser um termo que tem crescido muito nos últimos anos, é algo que já vem sendo trabalhado por empresas, governos e sociedade civil há muito tempo. O termo ESG foi cunhado em 2004 numa publicação do Pacto Global, mas eu vi um estudo recente que dizia que a sigla teve uma busca cinco vezes maior nos últimos 5 anos, e 17 vezes maior no Brasil.” 

A gerente de ODS Ana Carolina Paci: “O termo ESG foi cunhado em 2004, mas um estudo recente disse que a sigla teve uma busca cinco vezes maior nos últimos 5 anos, e 17 vezes maior no Brasil”.

Ao final dos três painéis, um QR code na tela do YouTube direcionava a câmera do celular para uma arte gráfica com as principais mensagens ditas pelos painelistas no Bayer Life – a mesma arte que você vê na abertura deste conteúdo, no alto da tela.

UM PRÊMIO PARA A INOVAÇÃO

Em sua participação no evento, a presidente do grupo Bayer no Brasil, Malu Nachreiner, saudou os 125 anos da presença da empresa no país e explicou a mudança do tradicional slogan “Se é Bayer, é bom” para “Você e Bayer: é bom”. “Definitivamente, não é mais apenas sobre a Bayer. É sobre você, é sobre nós. É sobre a nossa sociedade e nosso compromisso de ampliar nossa escuta e entender o que é relevante para você – nosso cliente, agricultor, médico, paciente, consumidor, nossa gente – e, a partir daí, juntos, encontrar as melhores soluções.” 

Por fim, Nachreiner anunciou que, encerrando o Bayer Life 2021, seriam conhecidos os vencedores do prêmio Mentes da Inovação. Criado pela Bayer em parceria com a Embrapa, Fiocruz, Câmara Brasil-Alemanha, Rede Brasil do Pacto Global e ANPEI (Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras), o prêmio tem por objetivo impulsionar a ciência no país, ao reconhecer os projetos mais inovadores desenvolvidos por estudantes de todos os níveis de graduação e pós-graduação.

“A todos vocês que estão à frente desses projetos, o nosso respeito e admiração, e nosso estímulo para que continuem com esse espírito inquieto para encontrar as melhores soluções para os nossos desafios como humanidade”, discursou a presidente da Bayer.

As soluções vencedoras – seis promissores projetos nas áreas de Saúde e Agricultura – ganharam R$ 30 mil cada uma, para o desenvolvimento científico das respectivas pesquisas. Atrativo extra, todos os 120 trabalhos inscritos, finalistas ou não, serão analisados para uma eventual incubação no LifeHub da Bayer, com aportes de até R$ 500 mil.

Para chegar aos 12 finalistas e seis vencedores do Prêmio Mentes da Inovação, a banca multidisciplinar avaliou a capacidade inovadora das soluções, a efetividade de implementação e o impacto nas áreas de atuação da Bayer.

PELE DE TILÁPIA, O NOSSO NOVO CARTÃO DE VISITA

Um dos mais significativos trabalhos veio da Universidade Federal do Ceará. Chamado “Curativo biológico de pele de tilápia liofilizada – Um novo dispositivo regenerativo para tratamento de feridas, queimaduras e cirurgias plásticas reparadoras”, o projeto já havia levado 16 prêmios científicos e sido objeto de mais de 700 matérias jornalísticas e 26 publicações especializadas, no Brasil e no exterior, além de ter sido citado em séries médicas da televisão americana, como “The Good Doctor” e “The Resident”.

Integrante do grupo de quatro pesquisadores que se inscreveu no prêmio, a venezuelana Eleicy Nathaly Mendoza, de 28 anos, doutoranda em Farmacologia na Universidade Federal do Ceará, contou ao Draft que nem mesmo o sucesso prévio do projeto diminuiu a alegria da nova conquista. “Estávamos assistindo à cerimônia em tempo real com nossos familiares e colegas de pesquisa. Quando o nome do nosso projeto foi anunciado, tivemos uma explosão de alegria tremenda, uma sensação de dever cumprido, de desafio vencido, de reconhecimento”, disse.

O Prêmio Mentes da Inovação distribuiu R$ 180 mil aos vencedores e, como atrativo extra, abriu a possibilidade de os 120 trabalhos inscritos, finalistas ou não, serem incubados pela Bayer.

“A pesquisa da pele de tilápia é muito ampla e diversa, uma investigação multidisciplinar com pesquisadores que trabalham desde a bancada do laboratório, no desenvolvimento do produto, até os ensaios clínicos, na aplicação, criando técnicas de tratamento. O Prêmio Mentes da Inovação é especial para nós porque, com ele, as pessoas que trabalham no desenvolvimento em laboratório foram agraciadas. São os pesquisadores que labutam ‘por trás das câmeras’, desconhecidos dos pacientes, e que tanto se esforçaram para desenvolver esse produto”, contou.

“Também é um dos poucos prêmios que valorizam a inovação no Brasil, em escala nacional, com uma clara ênfase em ciência aplicada. É uma forma de reconhecer os trabalhos científicos das universidades brasileiras, algo que pode transformá-las, abrir oportunidades de negócio, melhorar a economia, a geração de empregos e a sociedade como um todo. Se esse exemplo for seguido por outras empresas e organizações da sociedade civil, pode gerar um ciclo virtuoso de estímulo à inovação de base técnico-científica nas instituições de ensino e pesquisa no país”, avaliou Eleicy.

“As consequências socioeconômicas benéficas ajudariam a conscientizar a sociedade de que a economia, a qualidade dos empregos, a renda das pessoas, as exportações brasileiras, a saúde e tantas outras áreas podem melhorar por causa da ciência.”

“Portanto, o Prêmio Mentes da Inovação é uma iniciativa que contribui para a formação de uma cultura de utilidade da ciência e de apoio à pesquisa no país. Mostra a importância que a ciência tem para a sociedade e ajuda a desmistificar a visão do cientista como um indivíduo distante de todos, que trabalha em uma instituição isolada, e ninguém entende bem o que ele faz. Não! O cientista quer ajudar no desenvolvimento do país e trabalha para que o Brasil melhore continuamente.”

Pesquisador em pós-doutorado do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (CENA/USP), em Piracicaba (SP), o goiano Tiago Rodrigues Tavares, de 31 anos, foi um dos premiados da categoria Agricultura com a solução “LabHíbrido – Integração entre análises tradicionais, sistema multi-sensor e inteligência artificial para a modernização do diagnóstico da fertilidade do solo”, desenvolvida em seu doutorado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), também em Piracicaba.

“O prêmio é um incentivo para os pesquisadores tentarem ir um pouco mais além. Para se ter uma noção, o projeto conduzido em meu doutorado, financiado pela Fapesp, recebeu um montante de R$ 113.394,84. Sem esse auxílio e sem a infraestrutura multidisciplinar que a USP viabilizou, seria impossível ganhar o prêmio”, relatou ao Draft

“Para o desenvolvimento de meu projeto de pós-doc, que é uma sequência do trabalho que compartilhei com a Bayer, preciso importar materiais que encareceram com a valorização do dólar. Com o auxílio do prêmio da Bayer, vamos adquiri-los. Também vou usar os recursos para participar do próximo encontro da Sociedade Internacional de Agricultura de Precisão, que acontecerá de forma presencial em Minneapolis, nos EUA, em junho de 2022.”

Outro premiado da categoria Agricultura, o baiano Daniel dos Santos Costa, de 34 anos, professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco, em Juazeiro (BA), emplacou a solução “Sistema optoeletrônico para determinação não destrutiva dos atributos de qualidade e estádio de maturação em uvas”, projeto de seu curso de doutorado em Engenharia Agrícola na Unicamp, em Campinas (SP), finalizado em 2019.

“Eu estava acompanhando o Bayer Life 2021, pelo YouTube, e senti um turbilhão de emoções quando o prêmio foi anunciado: a alegria pela conquista, pois a época de doutoramento foi de muitos sacrifícios e renúncias, e a satisfação pelo reconhecimento do trabalho desenvolvido”, relembrou ao Draft

“Todas as iniciativas que enaltecem a geração de conhecimento e inovação, colocando em evidência as pessoas – pesquisadores, professores, estudantes –, ajudam a promover a ciência no nosso país. Precisamos reconhecer o papel do conhecimento científico na nossa sociedade. Dessa forma, vamos incutir na mente e no coração dos jovens o desejo de fazer pesquisa e ciência que impacte as comunidades, sociedades e a humanidade.”

“O Brasil possui muitos pesquisadores de alto nível, reconhecidos internacionalmente, e alguns centros de pesquisa de excelência. Com a pandemia, está ocorrendo um movimento de popularização da ciência. O efeito da produção de conhecimento científico chegou à sociedade. Portanto, temos a massa crítica necessária para realizar um trabalho de base, nos primeiros anos da escola, disponibilizando para as crianças e jovens os fundamentos do método científico, que não servem só para fazer ciência, mas servem para a vida.”

 

Para ver ou rever o Bayer Life 2021, com o anúncio dos vencedores do Prêmio Mentes da Inovação, basta acessar o conteúdo na íntegra no canal da Bayer Brasil no YouTube

 

As seis soluções vencedoras do Prêmio Mentes da Inovação foram:

AGRICULTURA

Daniel dos Santos Costa
Orientadora: Barbara Janet Teruel Mederos
Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP
Solução: Sistema optoeletrônico para determinação não destrutiva dos atributos de qualidade e estádio de maturação em uvas

Tiago Rodrigues Tavares
Orientador: José Paulo Molin
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – ESALQ/USP
Solução: LabHíbrido – Integração entre análises tradicionais, sistema multi-sensor e inteligência artificial para a modernização do diagnóstico da fertilidade do solo

Jhones Luiz de Oliveira
Estefania Vangelie Ramos Campos
Anderson do Espírito Santo Pereira
Lucas Bragança de Carvalho
Orientador: Leonardo Fernandes Fraceto
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP
Solução: Nanobiopesticidas – Uma solução tecnológica sustentável para produção de alimentos seguros e melhoria da qualidade de vida

SAÚDE

Bruno Fernandes de Oliveira Santos
Antonio Guilherme Cunha de Almeida
Orientador: Joselina Luzia Menezes Oliveira
Universidade Federal de Sergipe
Solução: Neurokeypoint AR (método que utiliza um aplicativo de realidade aumentada de baixo custo para determinar a localização de qualquer ponto no couro cabeludo)

Eleicy Nathaly Mendoza Hernández
Camila Barroso Martins
Francisco Raimundo Silva Junior
Sophia Martins da Silva
Orientador: Carlos Roberto Koscky Paier
Universidade Federal do Ceará
Solução: Curativo biológico de pele de tilápia liofilizada – Um novo dispositivo regenerativo para tratamento de feridas, queimaduras e cirurgias plásticas reparadoras

Joana Claudio Pieretti
Orientador: Amedea Barozzi Seabra
Universidade Federal do ABC
Solução: Nanopartícula magnética de ferro e prata para liberação localizada de óxido nítrico

 

Para conhecer mais detalhes das seis soluções, acesse a página com os vencedores do Prêmio Mentes da Inovação.

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