Cinco coisas que todo profissional de marketing vai precisar aprender se quiser continuar relevante

Roni Cunha Bueno - 2 jul 2015Roni Cunha Bueno "pivotou" a própria vida algumas vezes e conta o que aprendeu.
Roni Cunha Bueno "pivotou" a própria vida algumas vezes e conta o que aprendeu.
Roni Cunha Bueno - 2 jul 2015
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por Roni Cunha Bueno
Meu nome é Roni Cunha Bueno, sou de São Paulo, tenho 36 anos e, ao longo da minha carreira, sempre procurei grandes desafios. Sou formado pela ESPM, onde fui presidente do CA4D, e sempre direcionei minha carreira pelo marketing direto e internet.

Neste caminho, fui sócio da agência de marketing direto DMKT e da empresa de tecnologia para CRM a CRMachine. Trabalhei em produtoras web e na maior agência de marketing direto do país, a Datamedia. Lá tive oportunidade de participar do muito premiado Fiat Una Passione, um ARG (jogo de realidade alternativa) fantástico.

Após esse primeiro ciclo, pivotei, mudei completamente de ares. Meu pai ficou de cabelo em pé, pois eu vinha numa linha consistente e sólida, e “arrisquei tudo em uma startupzinha”, que tinha 25 pessoas, sendo 15 no call center. Essa pequena empresa chamava-se (e chama) Netshoes.

Em cinco anos, fui de primeiro funcionário de Marketing a CMO de uma grande multinacional brasileira. A empresa cresceu rápido, e meu desenvolvimento teve que ser igual ou mais rápido ainda. Nesta jornada ganhei diversos prêmios, fui eleito “CMO of the year” pela Oracle (2012) e ganhei o Prêmio Caboré na categoria Profissional de Marketing do Ano de 2012.

Porém, muito mais do que esse monte de prêmios, meu aprendizado foi muito acelerado, amadureci e aprendi muito ao longos destes cinco anos de loucura.

Em 2012, vi que meu ciclo na Netshoes tinha chegado ao fim e busquei um novo grande desafio. Foi quando cheguei ao Terra para ser VP Global de Publicidade para 10 países. Novamente fui chamado de louco, mas da mesma forma tive muito reconhecimento e oportunidade de crescimento profissional. No Terra, liderei grandes projetos, como o Planeta Terra Festival e o reposicionamento da empresa, para citar os dois maiores.

Em novembro de 2014, pivotei novamente, decidi deixar o Terra e abrir a Organica. Era um sonho antigo, que foi idealizado por mais de um ano. Era o momento de participar mais, contribuir mais, pois o mundo está vivendo um período único em termos de oportunidades de expansão de negócios por meio do digital.

Acontece que a complexidade do ambiente digital obriga que executivos se tornem verdadeiros super heróis, especialistas em todas as áreas do marketing, de branding à performance, passando por data base management e social media. Isso é impossível

É aí que entra a Organica. Hoje, dos meus seis clientes, cinco são CEOs e um, CMO. Minha motivação com a nova empresa é clara: esses profissionais precisam de bons parceiros para acelerar áreas, projetos, vendas etc. Meu desafio é identificar e realizar mudanças necessárias para atingir crescimento exponencial e sustentável nas empresas, seja no âmbito cultural, na gestão ou nas práticas. Já estive no lugar desses caras, sei como é turbulento o dia a dia deles.

O Projeto Draft me convidou para elencar cinco coisas que todo profissional de marketing vai precisar aprender se quiser continuar relevante no mercado. Espero ajudar com minha visão. Aí estão:

1) Mantenha o espírito inconformado
O mundo está mudando e abrindo inúmeras oportunidades. Não aceite as coisas como elas são, como elas estão. Questione, provoque e mude. Aplique esta atitude a todas áreas administradas por você, siga os modelos de performance, onde o formato campeão, seja ele qual for, é sempre (sempre!) questionado pelo modelo desafiador. Teste, ajuste, teste, ajuste, teste, ajuste, até ter provas reais de que o novo modelo/canal/comunicação seja melhor e, então, MUDE! Faça sem medo.

2) Você não saberá tudo
As forças táticas do Marketing cresceram muito em variedade e vão continuar crescendo. E, além da quantidade, a profundidade técnica está cada vez maior. Então tenha certeza de que você não saberá tudo, mas entenda a lógica de como as coisas funcionam e para quê serve cada canal de contado com o cliente.

3) Lidere horizontalmente
Não seja o reizinho mimado, o CMO paparicado. Este é o caminho da morte e da ineficiência. Seja um líder colaborativo e acessível. Não finja saber tudo, seja sincero e diga “não sei, me explique”. Provoque o que existe de melhor em cada pessoa da sua equipe. Valorize, de modo individual, e provoque todos a pensar. Eu garanto: todos são inteligentes. Como disse acima, com um cenário cada vez mais complexo, você precisará cada vez mais das pessoas brilhantes e dos parceiros companheiros para desempenhar na sua jornada.

4) Nunca esqueça onde quer chegar
No nosso meio é muito comum nos seduzirmos por uma ideia genial e nos tentarmos a colocá-la em prática, mesmo que fora do foco. Em um cenário cada vez mais competitivo, cada centavo, cada esforço, cada iniciativa de marketing precisa ser na direção correta, alinhado ao plano para chegar ao objetivo. Posso garantir, por experiência própria, que vale muito mais um sucesso sólido e duradouro do que as charmosas histórias para a Diretoria e PR.

5) Lembre que marketing é um organismo vivo
Muita gente me procura para uma “consultoria de padaria”. “O que você acha disso, o que você acha daquilo, meus números estão assim, o que é melhor: Google ou Globo?”… Enfim o que eu tento explicar — e aqui vai minha última dica — é que não existe receita pronta em Marketing. O que funcionava, funcionava. Hoje você precisará descobrir o novo caminho. Busque entender seu Marketing como um organismo vivo em evolução contínua, onde a única certeza é que ele vai mudar.

 

Roni Cunha Bueno é sócio-fundador da Organica, premiado pela Oracle e vencedor do Prêmio Caboré por suas atuações disruptivas no mundo do marketing.

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