Em 2017, fui a uma consulta de rotina na dermatologista. Era janeiro e, como de costume, faço check-ups para começar o ano com o pé direito.
Porém, naquela consulta minuciosa, acabamos nos deparando com uma pinta na minha cabeça com características duvidosas e aspectos irregulares
A médica imediatamente solicitou a remoção e o envio para a biópsia. Naquele momento, cheguei a pensar: Tudo bem não é nada sério, então deixa eu tirá-la agora mesmo.
Mudei de sala e naquela mesma segunda-feira removi a tal da pinta.
Uma semana depois, a médica me ligou e disse: “Thais, preciso te falar uma coisa. Você tem que comemorar. Pegue uma garrafa de champanhe, pois notamos a tempo uma pinta cujo nome é um melanoma incito, e como você acabou tirando rapidamente, acertamos no diagnóstico e na remoção”.
Confesso que fiquei em choque. Não sabia se deveria me lamentar ou comemorar. Naquele momento, mil coisas passaram pela minha cabeça.
Foi coincidência, uma providência divina, uma infelicidade ou uma fatalidade? Sempre tive comigo a sensação de que é melhor olhar o lado bom da vida.
Então, não tive dúvidas: chamei os melhores amigos e saí para jantar, abri a tal do champanhe e celebrei a segunda chance que eu tinha ganho
Tivemos uma noite regada a risadas, afeto e uma sensação de alívio.
De lá para cá, me tornei uma pessoa mais consciente sobre a proteção da pele. Passei a fazer mapeamento corporal e exames de check-up rotineiros com mais seriedade, entendi as consequências do que tive e me adaptei a esta “nova condição”.
A utilização diária de filtro solar passou a fazer parte do meu dia a dia, assim como o uso de roupas com proteção UV em ambientes ensolarados. Busquei uma alimentação saudável e aderi à prática de exercícios físicos regulares.
Porém, junto com tudo isso, surgiu outra questão muito importante. Com a diminuição da exposição solar, me tornei uma pessoa com déficit de vitamina D e outros minerais
Por isso, seguindo a ordem médica, passei a consumir suplementos de vitaminas.
Na busca por algo que fosse menos “medicamentoso” e mais “prazeroso” e que fizesse com que eu não lembrasse de um problema de saúde, mas me ajudasse a olhar para o futuro, comecei a buscar alternativas (pois os suplementos formulados e os que existiam na farmácia, a meu ver, eram pouco convidativos).
Sou formada em Comunicação e minha trajetória profissional teve início em agências de publicidade. Mas logo percebi que meu destino era outro e resolvi empreender no setor de gastronomia.
Depois de viver esse problema de saúde, no entanto, e ao analisar uma questão que meu ex-sócio sempre levantava — a de que os consumidores brasileiros se cuidam demais e tudo para eles gira em torno do bem-estar –, senti vontade de dar uma guinada na carreira e me aventurar em outro segmento.
A isso se somou minha insatisfação com os suplementos que encontrava no mercado. Vi aí uma oportunidade. Passei, então, a pesquisar este nicho, conversar com amigos e pessoas do meio.
Notei que nos Estados Unidos e na Europa havia uma gama grandiosa de suplementos em formatos de gomas, enquanto aqui este mercado ainda era muito embrionário
Parti, então, em busca de sócios, investidores, mapeei o mercado, fui atrás de pesquisas, conversei com fornecedores e empreendedores.
Me aliei a pessoas interessadas em mudar o hábito do autocuidado e que assim como eu queriam oferecer a quem precisa uma nova maneira de tomar vitaminas.
Juntamos um grupo de médicos, nutricionistas, profissionais da área da saúde e formamos um laboratório que desenvolveu mais de nove formulações de gomas.
Cada um dos nove tipos possui um gosto diferente. Há opções com ou sem açúcar e outras veganas. Pensamos no formato de trevo de quatro folhas para que o suplemento fique convidativo.
O que que queremos com os produtos é expandir o conceito de nutricosméticos, que está ligado à ingestão de suplementos orais que forneçam ao organismo nutrientes, vitaminas e antioxidantes necessários para o seu bom funcionamento.
A composição de cada gominha foi elaborada pela nutricionista do nosso laboratório e aprovada pela Anvisa, respeitando as quantidades diárias de nutrientes que precisamos.
Deixei reaflorar minha paixão pela comunicação e, junto com um time incrível, criamos a Labotê, marca que deseja transmitir e potencializar o autocuidado conosco, com os outros e com tudo que nos rodeia
A empresa foi lançada em novembro de 2022. Disponibilizamos nossos produtos através de nosso e-commerce e fisicamente nas grandes redes de farmácias. Também abrimos parcerias com academias, spas e lojas de beleza.
Agora, trabalhamos para uma expansão nacional, trilhando um caminho em que oferecemos aos nossos clientes conteúdo, informação, apoio, diversidade de produtos e evolução tecnológica.
Sempre digo que é de suma importância que as pessoas não se automediquem, mas consultem um médico para um direcionamento e acompanhamento na seleção da melhor vitamina
Meu sonho com a Labotê é mostrar que ingerir as vitaminas no dia a dia pode ser algo fácil e prático, além de um momento prazeroso de autocuidado.
Thais Bitran é formada em Propaganda e Marketing pela FAAP, com pós-graduação em Gestão e Marketing pelo Insper. Fundou, em 2022, o Labotê, laboratório especializado em nutricosméticos.
Christopher Spikes trocou os EUA pelo Brasil e aqui fundou a Authen, marca de vestuário esportivo feminino. Ele divide erros e acertos da sua jornada (e conta como aprendeu a viver de forma mais simples num monastério budista).
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