Elohim Barros, do Farol: a importância da colaboração no empreendimento

Joana Andrade - 20 jan 2015O designer Elohim Barros reinventou um prédio inteiro no centro de São Paulo com criatividade, horizontalismo e vontade de realizar
O designer Elohim Barros no Farol: a reinvenção de um prédio inteiro no centro de São Paulo com criatividade, horizontalismo e vontade de realizar
Joana Andrade - 20 jan 2015
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Quatro andares com direito a terraço, no coração do centro de São Paulo, num predinho colado no Largo do Paissandu, atrás do Teatro Municipal, perto do Mosteiro de São Bento. Esse é o Farol – um espaço de trabalho coletivo que abriga quatro negócios que se reuniram em torno de um objetivo comum: “a vontade de criar uma rede, de dar a mão ao máximo de gente possível, para construir projetos legais ou apenas fomentar a troca de ideias e o compartilhamento de informações”, diz o designer Elohim Barros, um dos criadores do Líquen, co-working que reúne profissionais ligados ao design e que ocupa o segundo andar do prédio.

Trata-se de uma nova experiência colaborativa, fruto de uma iniciativa de Elohim que, desde 2012, junto com a mulher Renata e alguns amigos, ocupava o último andar do prédio com a Balsa, um descolado espaço com bar, além de um terraço que se abre para a poesia concreta do centrão paulistano. Um espaço destinado a encontros, reuniões, festas e eventos – a maioria deles ligados ao cenário artístico-cultural da cidade.

A empresa que ocupava os demais andares do local estava para sair do prédio. Então Elohim acionou sua rede de contatos em busca de pessoas e projetos interessantes que quisessem alugar os espaços que ficariam vagos e topassem concretizar um sonho antigo: reunir, em um único espaço, várias iniciativas bacanas, proporcionando um ambiente para de trabalho e de colaboração entre elas.

“Depois de seis anos trabalhando em redação, eu e a Renata resolvemos tocar nossos projetos de casa. Por um ano, essa experiência, que nos trazia mais liberdade de decisão e de atuação, nos fez muito bem. Porém, mais tarde, começamos a sentir a necessidade de transportar esse formato de trabalho para um ambiente coletivo que nos propiciasse contato com outras pessoas, novas ideias e projetos”, diz Elohim.

A ideia deu certo e, além do Líquen e da Balsa, hoje o prédio conta, no primeiro andar, com a presença do Instituto Choque Cultural, braço educacional da galeria homônima, que busca desenvolver novos modelos de aprendizagem coletiva, com um espaço aberto para debates e conversas sobre arte e ambiente urbano. No terceiro andar fica o Fluxo, uma redação jornalística, que discute e busca tecer narrativas independentes.

A manutenção do Farol é realizada de forma horizontal. Apesar de cada andar ser responsável pelo pagamento de seu próprio aluguel, todas as tarefas de administração são divididas de forma equilibrada, de acordo com as possibilidades de cada um.

Apesar de, no momento, a maioria dos projetos serem executados de forma independente, Elohim diz que esse novo formato de trabalho e de convivência tem gerado projetos conjuntos entre as empresas. “As perspectivas para 2015 são superpositivas com relação ao desenvolvimento de projetos comuns. Consideramos que 2014 foi um ano para cada um se estabelecer em seu espaço e, ao mesmo tempo, estabelecermos juntos o conceito e o dia-a-dia do Farol. Além disso, abastecemos o espaço com toda a infraestrutura necessária para a partir de agora trabalharmos mais em conjunto”, conta ele.

Elohim resume a importância dos espaços de trabalho coletivo em três tópicos:

1. Conexão
“O contato entre as pessoas favorece a troca de ideias e também o desenvolvimento de novos projetos e negócios, com o amadurecimento de ideias compartilhadas e com a criação de vínculo entre as pessoas. É um prazer acordar e vir trabalhar, encontrar gente interessante e ter a certeza de que todos os minutos passados ali serão úteis de alguma forma”.

2. Horizontalidade
Apesar de haver diversas iniciativas reunidas em um mesmo local, todas possuem a mesma voz, a mesma importância e funcionam em paralelo, na horizontal, sem hierarquias.

3. Aprendizado
“Aqui ninguém tem job description. Então acabamos nos envolvendo em atividades diversas, muitas vezes fora da nossa rotina e da nossa zona de conforto. Isso nos oferece inúmeras possibilidades de atuação e aprendizado”, diz ele.

 

DE EMPREENDEDOR PARA EMPREENDEDOR

 

Que softwares que você recomenda para uso no computador pessoal?
O pacote Creative Suite, da Adobe.

Que hardwares e acessórios você recomenda?
Uso o básico do básico. Desktop, scanner e impressora. O único extra é uma gaveta de madeira que uso em baixo do computador para deixar a tela mais alta e não forçar a minha coluna.

Alguma dica de configuração e atalho?
Gosto de usar o droplet do Photoshop para criar filtros a partir de actions e poder aplicar em centenas de imagens de uma só vez.

Qual a sua relação com cloud computing?
Estou aos poucos me acostumando e me inserindo. Acho fantástico.

Como seria o computador dos seus sonhos?
Tela gigante, internet hiper-rápida e teclado e mouse que não utilizam pilhas.

Quais Apps de produtividade todo empreendedor devia usar?
Não uso muitos aplicativos no celular. Uso o básico mesmo. Acho que os únicos aplicativos que uso a trabalho é o Whatsapp, para organizar equipe é muito bom, e o calendário/agenda do celular sincronizada com o Gmail, para não perder compromissos.

Eventos de inovação e negócios que todo empreendedor deveria frequentar
Acho mais importante frequentar e conhecer os lugares e, principalmente, as pessoas que estão no circuito próximo ao segmento do seu negócio.

Quais Ferramentas (planilhas, softwares, hardwares etc) que todo empreendedor deveria ter?
Difícil dizer… cada setor tem suas ferramentas específicas, né!? Acho que a única universal é a calculadora. rs!

 

AssinaturaHP

 

Com esta série HP/Intel no Draft, vamos falar das ferramentas e tecnologias usadas pelos inovadores. Do lifestyle e dos novos jeitos de trabalhar dos game changers brasileiros. Dos novos espaços de trabalho e dos novos jeitos de gerir dos nossos makers. Do como pensam e como fazem negócios os empreendedores criativos do país.

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