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“A empresa que não está preocupada com diversidade e inclusão está em desvantagem”, diz CEO da Sodexo

Cláudia de Castro Lima - 17 jun 2021
Thierry Guihard, o CEO da Sodexo no país
Cláudia de Castro Lima - 17 jun 2021
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Iniciativas de diversidade e inclusão não são apenas um slide de PowerPoint em apresentações ou quadrinhos motivacionais pendurados nas paredes da Sodexo Benefícios e Incentivos.

Contratar e reter talentos diversos é um esforço consistente da organização, que conta com o envolvimento e a participação dos líderes – algo essencial para que os programas produzam resultados de fato.

É isso que afirmam o CEO da companhia no país, Thierry Guihard, e a diretora de RH Fabiana Galetol. Segundo os executivos, o engajamento da Sodexo está em trabalhar diariamente os cinco pilares que definiu como estratégicos para seu negócio: Cultura e Origens, Gênero, Gerações, Orientação Sexual e Pessoas com Deficiência.

Proporcionar e manter uma cultura inclusiva, com incentivos para o desenvolvimento e o crescimento profissional, é uma preocupação constante e tema de diversos programas desenvolvidos internamente. Mas não é apenas isso.

As ações da Sodexo, diz Fabiana, prezam especialmente para que haja um ambiente em que as diferenças são respeitadas e no qual os colaboradores sintam-se seguros em serem eles mesmos.

Criar uma cultura inclusiva dentro e fora da empresa, afirma Thierry, é a estratégia da Sodexo para garantir a diversidade e a inclusão no mercado de trabalho – e para garantir que a companhia atraia e retenha os melhores talentos e, assim, seja mais criativa, produtiva e obtenha resultados melhores.

Um dos constantes questionamentos que a empresa se faz é: se 55,8% dos brasileiros são negros, segundo a pesquisa de 2018 Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), por que apenas 2 em cada 10 ocupam cargos de gerência e direção das empresas?

Essa inconformidade é também o centro de um compromisso formado por 45 grandes empresas em junho, o Mover, Movimento pela Equidade Racial – a Sodexo é uma delas. O objetivo é tão ambicioso quanto necessário: criar 10 mil novos cargos de liderança para negros e capacitação mais 3 milhões até 2030.

Unindo empresas brasileiras e multinacionais, parceiras ou concorrentes, esse movimento inédito tem um plano de ações práticas para alcançar suas metas de promoção da diversidade e inclusão – que, ao fim, contribuirão para a redução do cenário da desigualdade racial no país.

“O movimento é, portanto, uma das iniciativas que estamos incorporando dentro das várias ações de diversidade de inclusão que temos na companhia”, diz o CEO.

Confira as três perguntas que fizemos a Thierry e Fabiana sobre as ações da Sodexo para essa frente:

De forma prática, como a Sodexo trata a diversidade?
Thierry Guihard – Há muitos anos a Sodexo tem um compromisso para construir um mundo mais sustentável e saudável. Estamos hoje em 70 países, temos quase 500 mil colaboradores. E com uma diversidade muito grande neles, desde pessoas nascidas na Índia até dos rincões da Amazônia. E todo dia nossos colaboradores atendem mais de 100 milhões de consumidores. Tocamos muita gente, impactamos muitas famílias mundialmente. E isso gera uma responsabilidade. A Organização das Nações Unidas criou, em 2015, a Agenda 2030 [plano que indica 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável].

Pouco depois, em 2017, a Sodexo anunciou o programa Better Tomorrow, com nove metas de responsabilidade social e ambiental para 2025.

E ele vai se atualizando e enriquecendo, ano após ano. Nesses objetivos estão nossas metas de igualdade de gênero e equidade racial. Há várias outras metas, mas nessas duas temos que atuar mais fortemente. O movimento Mover é, portanto, uma das iniciativas que estamos incorporando dentro das várias ações de diversidade de inclusão.

Fabiana Galetol, diretora de RH da Sodexo

Fabiana Galetol – São cinco os pilares que estão no DNA da Sodexo: Cultura e Origens, Orientação Sexual, Pessoas com Deficiência, Gênero e Gerações. Temos resultados muito expressivos com nossos programas, como em relação a mulheres em cargos de liderança. O Comitê Executivo da Sodexo, por exemplo, está balanceado em relação ao número de homens e mulheres. As ações começam assim, de cima para baixo, para ter maior abrangência e impacto. Estamos agora ansiosos para iniciar essa causa do Mover.

Também estamos trabalhando agora com o desafio de promover e incentivar a formação e a capacitação de mulheres para que elas se desenvolvam e consigam, como pequenas empresárias, responder às demandas do mercado.

Essas iniciativas todas são, no fim das contas, ações de responsabilidade social, de diversidade e de sustentabilidade.

O que pode acontecer com as empresas que não se preocupam com a diversidade e a inclusão racial?
Fabiana – No momento em que a gente não representa o mercado em termos de diversidade, não estamos mais enxergando e atendendo o consumidor. Do ponto de vista de inovação, é super importante ter essa representatividade também. A gente vai perder espaço sem ela. O próprio consumidor exige isso da gente. E exige a tal ponto em que afeta diretamente o negócio. As empresas que não estiverem preocupadas com isso, com o ecossistema, vão perder mercado, vão perder oportunidades e talentos.

Thierry – Quanto mais diversidade e inclusão, melhor a reputação da empresa também. Assim, atraímos mais talentos, recrutamos mais talentos e retemos mais talentos. Quanto mais engajados, melhor a performance dos colaboradores, maior a inovação. A empresa que não tem isso está em desvantagem.

Fabiana – E tem uma questão de responsabilidade social também muito forte no sentido de reforçarmos o ecossistema. Somos clientes e fornecedores. Nossos clientes nos enxergam também por nossa reputação. E é pela reputação que também escolhemos nossos fornecedores.

Isso compõe um ciclo virtuoso por meio do qual nós contratamos de gente que tem essa mesma preocupação em seu DNA.

Acho importante dizer que a diversidade aqui na Sodexo, além dos cinco pilares, inclui uma ideia de respeito a pensamentos, de segurança psicológica, de a gente não ter receio de ser o que a gente é. Falamos muito dos pilares, de pessoas com deficiência, de negros, de mulheres, mas diversidade vai muito além. É cultura.

Thierry – Eu, que sou francês e cheguei no Brasil há pouco, senti isso. Fui muito bem acolhido. E isso demonstra para mim também a capacidade das pessoas que trabalham aqui de aceitar alguém diferente, que vem de outra cultura e fala outra língua. Sou testemunha disso. E não importa eu ser o chefe, somos todos diferentes. E temos que seguir favorecendo isso, porque isso está trazendo valor para a empresa.

Fabiana – Quando falamos de diversidade, estamos falando de representatividade. E isso a gente tem. E, mais ainda do que ter representatividade, o importante é dar voz a essas pessoas, é incluí-las de fato. E aqui a gente dá espaço. Isso não é um slide de PowerPoint bonito em uma apresentação, não é uma plaquinha fixada nas paredes. Isso é real. Está realmente em nosso valor.

Qual é a importância para a Sodexo de participar de iniciativas de inclusão, como é o caso da Mover?
Thierry – Importante dizer que isso não é algo novo para nós. É, sim, algo que estamos fazendo faz muito tempo, como parte de nosso DNA. Trabalhar nos pilares de diversidade e inclusão é também um modo de atrair talentos. Acabo de chegar ao Brasil, mas vejo que temos muito poucos afrodescendentes dentro da organização em posições de liderança. Tenho experiência em outros países da América Latina e sei que ainda há muito racismo de forma geral.

Como empresa, devemos fazer parte da mudança e é nosso papel promover a inclusão e desenvolvimento de afrodescendentes, fomentando o debate em praça pública.

Outra coisa que temos que fazer é embarcar os 100 mil clientes que temos no País nessa jornada. Para isso, temos bastante voz, porque impactamos 5 milhões de pessoas no Brasil que têm a sorte de trabalhar na economia formal e receber um salário mensal. E podemos sensibilizar essas pessoas. As pequenas e médias empresas representam 80% de nossos clientes, e muitas vezes eles não têm indicadores para isso. Como também temos contato com os RHs dessas empresas, podemos sensibilizá-los e compartilhar expertises.

Fabiana – Mais da metade da população brasileira é negra. Do ponto de vista de negócios, a gente precisa refletir, dentro da Sodexo, um mercado que é diverso, que tem muitos negros. É uma causa a que estamos agora atrelados. Mais do que uma empresa sozinha, é uma causa de um país. Imagina você movimentar 3 milhões de pessoas com capacitação em 10 anos? É muito difícil que uma empresa consiga fazer isso sozinha. São 10 mil novos postos de liderança para um público que hoje representa um percentual muito baixo nessas posições. Sustentabilidade, diversidade e inclusão precisam fazer parte da agenda de todas as empresas com políticas internas e medições. É importante para o negócio, para inovação, para atração de talentos, além de ser nossa responsabilidade como cidadãos.

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