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ESG: a sigla que está transformando o mundo – e a 3M

Cláudia de Castro Lima - 9 jun 2021
Para Jana Nieto, diretora executiva de Relações Governamentais e Sustentabilidade para a América Latina da 3M, a história de mais de 50 anos de iniciativas sustentáveis da empresa contribui para a credibilidade e para a execução dos novos e ambiciosos objetivos de atingir a pegada neutra de carbono até 2050 – apresentados no mais recente Relatório Anual de Sustentabilidade
Cláudia de Castro Lima - 9 jun 2021
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Três letras estão mudando o mundo. Sigla em inglês para meio ambiente, social e governança, o termo ESG (Enviromental, Social and Governance) vem ganhando cada vez mais importância nas corporações do mundo todo.

Criada em 2004 por uma publicação do Pacto Global da Organização das Nações Unidas com o Banco Mundial, chamada Who Cares Win (ou “Ganha Quem se Importa”), corresponde às práticas relativas a esses fatores que são a base do investimento sustentável – e, por isso mesmo, um tema em ascensão.

Antes mesmo de a sigla ser inventada, iniciativas assim já estavam no radar da 3M – e isso há mais de 50 anos.

Nas últimas duas décadas, elas foram responsáveis, por exemplo, pelo uso de energia de fontes renováveis nas instalações e por 70% de redução na emissão de gases.

Segundo Jana Nieto, líder de Relações Governamentais e Sustentabilidade da 3M para a América Latina, as práticas sustentáveis da 3M evoluíram e resultaram em uma ambiciosa meta que pretende, até 2050, transformar a companhia em carbono zero e reduzir em 25% a quantidade de água usada em suas operações até 2030, além de devolvê-la com maior qualidade ao meio ambiente.

“Nosso compromisso tem, década a década, metas específicas para atingirmos a pegada neutra de carbono”, diz ela.

O investimento de cerca de US$ 1 bilhão de dólares está previsto para o atingimento das metas. Elas, anunciadas recentemente pela empresa, foram reforçadas no Relatório Anual de Sustentabilidade, que acaba de ser divulgado (veja aqui).

Para o Projeto Draft, Jana Nieto responde cinco perguntas sobre as três letras mais importantes do universo corporativo atualmente:

Qual a real importância das letras ESG para a 3M?
É uma das três prioridades do nosso CEO global, Mike Roman, para 2021. A sigla que significa environmental, social e governance (meio ambiente, social e governança) é algo que nos mostra como as empresas estão se transformando em companhias guiadas por propósitos. A nossa missão na 3M é trazer inovação para melhorar vidas diariamente.

Durante muito tempo temos trabalhado em estreita colaboração com a ciência e a inovação para trazer soluções incríveis para os diferentes mercados dos quais atuamos.

Há anos, quando criamos nossa Estrutura Estratégica de Sustentabilidade – Ciência para Economia Circular, Ciência para o Clima e Ciência para a Comunidade –, sabíamos da importância de pensar ESG dentro da 3M, mas também de estarmos alertas e vigilantes quanto às ODS [Objetivos de Desenvolvimento Sustentável] da Organização das Nações Unidas, ao que outros governos e outras companhias estão fazendo. E é assim que fortalecemos nossa estratégia e foco em ESG.

Isso significa que, atualmente, queremos fazer parte da solução.

Nossos colaboradores, principalmente as novas gerações, também estão mais curiosos sobre as diferentes áreas nas quais trazemos valor para as comunidades onde atuamos. Portanto, o ESG faz parte dos nossos corações, faz parte da nossa cultura.

Recentemente, a 3M anunciou o investimento de US$ 1 bilhão nos próximos 20 anos para acelerar novas metas ambientais: alcançar a neutralidade de carbono, reduzir o uso de água em 25% e devolver água de maior qualidade ao meio ambiente. Qual é o papel da América Latina no plano?
Quando olhamos para nossa presença global, estamos divididos em regiões: EUA e Canadá (USAC), Europa e Oriente Médio (EMEA), Ásia e China, e América Latina e Caribe. Temos a honra de representar a 3M América Latina, onde estamos presentes em 18 países. Há países incríveis e enormes como o Brasil, que é o maior em que estamos – e já há 75 anos. Também estamos no México há 74 anos, integrados com a América do Norte; há mais de 50 anos na Colômbia, Peru, Chile, América Central e Caribe. Há, portanto, uma mistura de tamanhos, de culturas e até de idiomas – uma enorme diversidade.

Ao pensarmos em ESG, nosso foco é cuidar do meio ambiente e das necessidades da sociedade.

Nossas equipes de sustentabilidade na região e nossos executivos que lidam com cada um de nossos países pensam: quais são as questões urgentes? Quais são as necessidades sociais? O que está acontecendo localmente? E quais são as diferentes ações que, como 3M, podemos ser proativos, engajar, trabalhar com nossos parceiros e aliados para apoiar ainda mais nossas comunidades? Portanto, nossas metas são globais com execução local. Mas, quando olhamos para as questões locais, analisamos as urgências, alavancamos parcerias que já existem e os recursos dos quais dispomos ― e, muitas vezes, contamos com o coração de todos aqueles que são voluntários.

Como, na prática, essas estratégias ESG funcionam na 3M?
Vamos pensar nas três letras de ESG. Quando olhamos para o E, meio ambiente, tudo começa com os governos locais. A tendência que vimos com a pandemia foi a de aumentar a necessidade de a legislação passar para a neutralidade de carbono, para a economia circular, com atenção em todos os tipos diferentes de reciclagem de forma progressiva.

Vemos isso com ótimos olhos, porque está totalmente alinhado ao nosso compromisso ESG como empresa. Temos pegada de carbono, temos redução de água, temos programas de economia circular.

Isso nos permite, antes de tudo, entender qual é a situação atual de cada país e onde devemos trabalhar. Existem alguns países onde temos fábricas, outros têm centros de distribuição, todos têm centros de inovação. Levamos, portanto, em consideração as estratégias globais que temos como empresa, mas nossas equipes são locais para conseguirem obter essas informações.

À medida que falamos sobre o S, social, tudo gira em torno de parcerias com associações que têm histórico nesses países, ONGs que já fizeram bons projetos com comunidades.

No social, focamos principalmente em três pilares: educação, meio ambiente e comunidade. Temos, assim, compromisso com as áreas de STEM, sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Acreditamos que, ao despertar a curiosidade científica em sala de aula, somos capazes de “humanizar” a ciência. Temos feiras de ciências no Brasil, no México e na Colômbia, por exemplo, e os alunos frequentam nossos centros de inovação para encontrarem cientistas brasileiros, mexicanos e colombianos – assim eles veem que, sim, há uma maneira de virarem cientistas. Muitas vezes, eles acreditam que a ciência é como a ficção científica: está muito longe. Somos apaixonados sobre como a educação pode trazer hard skills e também soft skills aos alunos, e temos trabalhado nisso em parceria com diferentes organizações.

Por fim, a letra G, de governança. Somos uma empresa muito ética, com um forte código de conduta. E trabalhamos internamente para seguir cumprindo com os processos.

Mas o mais importante é como levamos o tom com nossos parceiros, tanto de empresas privadas quanto do governo, de que só há uma maneira de fazer negócios: a maneira certa. Portanto, essa é uma parte da governança que trabalhamos em estreita colaboração com nossos diretores de compliance das regiões e de outros países para termos passos sólidos no “G”, o que é fundamental para o ESG.

Muitas empresas têm metas ESG. Mas tê-las é muito diferente de transformá-las em resultados reais. O que realmente faz a diferença?
Nossa história remonta aos anos 1970, com o Pollution Prevention Pays [programa da 3M conhecido como 3P], um programa pioneiro de prevenção à poluição. Portanto, esta é uma filosofia, é uma forma de amplificar. Somos uma empresa de manufatura, de instalações fabris. Em nossas fábricas, fomos muito orientados a processos de Lean Six Sigma [LSS] nos anos 80, isso também é algo que permaneceu em nossos valores e em nossa forma de trabalhar. Navegamos então para fazer parte do Pacto Global das ONU [criado em 2000 para engajar empresas na adoção de políticas de responsabilidade socioambientais corporativas], transitamos para ESG e, este ano, apresentamos nossas metas referentes a isso.

Não estamos começando em 2021: temos mais de 50 anos de experiência em ter objetivos sustentáveis.

A chave é manter o ritmo, a disciplina, definir claramente os papéis e as responsabilidades de cada parte. E, acredite em mim, foram meses e meses de trabalho interminável antes de o anúncio dos novos objetivos de ESG ser lançado considerando os atores internos e externos dentro dessa estratégia. Trabalhamos de perto para ouvir a voz de nossos clientes, dos investidores, do governo e de outras empresas para aprender sua jornada e também para fazer uma revisão interna sobre nossas capacidades. Quando publicamos as novas metas, nosso CEO – uma vez validadas pelo Board de Diretores – apresentou os resultados em uma das calls trimestrais que fazemos aos acionistas.

Nosso compromisso tem, década a década, metas específicas para atingirmos, até 2050, a pegada neutra de carbono.

Isso tudo nos dá muita credibilidade – e a certeza de que, a cada ano, nós estamos avançando. E, com as metodologias que usamos, se há questões externas, barreiras ou mudanças possíveis, somos capazes de ajustar, melhorar, trazer para o comitê. Assim avançamos com passos sólidos. São essas metas ESG que, todos os anos, destacamos em nosso Relatório Anual de Sustentabilidade – e mantemos nossos times internos e stakeholders externos informados dessa evolução, com testemunhos do que os Estados Unidos, Canadá, Brasil, a Alemanha, México, o Japão e Costa Rica, entre muitos outros países, andam fazendo.

O que você pode destacar a respeito de como, internamente, as equipes lidam com as questões ESG?
Estou neste último ano nesse cargo de diretora de Assuntos Governamentais e ESG para a América Latina e, anteriormente, para o México, e posso dizer que as equipes dos Comitês de Sustentabilidades dos países de nossa região são muito apaixonadas por sustentabilidade, apaixonadas por fazer a diferença. Elas estão encontrando maneiras inovadoras de se comunicar, de colaborar com aliados do meio ambiente e da esfera social, dado o contexto da pandemia. Essa é a parte que me motiva: criar novas formas de atingir nossos objetivos. Temos comitês locais, comitês regionais, comitês globais.

E isso nos ajuda a ver que há uma equipe inteira de 3M para impulsionar os objetivos e metas ESG e encontrar maneiras de continuar crescendo.

Esse é o nome do jogo: fazer parcerias. E isso também é um aprendizado de todos nós. Ninguém esperava a pandemia, ela chegou e todos encontraram uma maneira de se adaptar, ser ágil e, de alguma forma, avançar e superar. Sabemos que ainda não saímos da pandemia, mas temos aprendido a viver nesta nova realidade e como seguir impulsionando, motivando as equipes, para avançar com passos firmes e adiante. A estratégia ESG nas empresas cada dia toma uma posição mais central que antes jamais teve.

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