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Julian Nebreda, presidente da AES Brasil: “A estrutura do setor elétrico vai mudar”

Marcus Couto - 20 abr 2017 Marcus Couto - 20 abr 2017
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Grandes mudanças estão em curso no setor elétrico, não apenas no Brasil, mas no mundo. Essas mudanças exigem que as empresas revejam suas estratégias, e se adaptem a uma nova realidade em que todo o desenho do negócio está sendo revisto. Nesse cenário, o presidente da AES Brasil, Julian Nebreda, acredita que os brasileiros devam buscar o seu próprio modelo, colocar a inovação como prioridade, e aproveitar essas forças transformadoras para garantir energia sustentável, segura e ao menor custo possível para a população.

“No Brasil há grandes oportunidades para se gerar energia renovável”, diz Julian. “Temos as necessidades típicas de um país em desenvolvimento, e queremos trazer essas novas tecnologias para que elas sejam uma força para o Brasil seguir com seu compromisso com a sustentabilidade, com seu processo de desenvolvimento; para que possamos oferecer energia a um custo mais acessível aos clientes.”

Julian explica que as forças que impulsionam essa transformação são principalmente tecnológicas. Ele aponta como grande exemplo a geração distribuída. Essa tendência implica na transformação do consumidor em gerador, também. Isso ocorre por meio do uso individual de tecnologias como a de células fotovoltaicas, que produzem eletricidade a partir da luz solar. Essa energia pode ser armazenada em baterias (energy storage) para o posterior consumo doméstico. Assim, todo o desenho do setor muda. Em vez de haver uma geração elétrica centralizada apenas, a partir de grandes usinas, esse processo se realiza de forma descentralizada.

“A estrutura do setor elétrico vai mudar”, diz Julian. “Há uma série de forças que vão mudar o funcionamento do setor, e nós, como empresas, temos que nos adaptar. Elas obrigam a repensar o modelo de negócio, a pensar como criar valor para o cliente, para o acionista e para a comunidade.” O executivo acredita que essas mudanças ganharão velocidade, e que nos próximos cinco anos será possível observar muitas transformações. “A geração distribuída vai competir em termos iguais com a energia centralizada”, diz Julian. “Isso representa uma grande mudança. A força que vai mudar o setor elétrico é a força da tecnologia.”

Outra tendência tecnológica que, na visão do presidente da AES Brasil, vai causar mudanças no setor elétrico é a Internet das Coisas. Julian aposta que a redução no custo dos elementos tecnológicos vai acelerar a expansão da IoT nas residências e na indústria, ampliando assim a gama de possibilidades na prestação de serviços. Um exemplo de aplicação da Internet das Coisas no setor elétrico é o medidor inteligente de energia, ou smart meter, equipamentos capazes de fazer a medição do consumo elétrico em tempo real, com um nível de detalhamento bem maior. “A energia passa a ter valor de informação”, diz Julian. Os medidores inteligentes compõem a base dos smart grids, redes elétricas inteligentes, equipadas com uma nova geração de equipamentos que melhoram a qualidade do serviço e diminuem a incidência de falhas.

Todas essas novidades exigem que as empresas se adaptem rapidamente, correndo o risco de ficar para trás. “Temos que ter agilidade”, diz Julian. “Ter a capacidade de errar e de corrigir os erros. A AES nasceu de um processo de inovação, do convencimento do fundador de que poderia gerar energia a custos mais baixos do que os que estavam sendo praticados. Foi a primeira IPP (independent power producer), uma das primeiras a comercializar créditos de carbono, a investir em energia solar, eólica, e hoje está concentrada no setor de baterias. Nessa nova estrutura, a bateria tem um papel fundamental, e a AES é pioneira nesse processo. Inovação é tentar constantemente novas ideias. Mas estamos sempre tentando.”

Julian destaca as universidades brasileiras e outros centros de excelência de ensino como forças positivas dentro da cadeia de inovação no país, assim como o compromisso do setor elétrico com verbas de pesquisa e desenvolvimento. Por outro lado, a ausência de um mercado maduro de capital de risco dificulta o processo, na opinião do presidente da AES Brasil.

“Em muitos países, essa é uma indústria, mas no Brasil, essa indústria ainda não existe, e ela poderia ajudar muito, a acelerar o processo de inovação. Esse é um dos pontos ainda incipientes”, diz Julian. “Nós, como empresa, temos como objetivo sermos parceiros de nossos clientes na busca por soluções de energia confiável, sustentável e segura, ao menor custo possível”, diz Julian. “Essa é a nossa missão: buscar maneiras de tornar a energia mais acessível. É o que nos traz ao escritório todos os dias para trabalhar.”

 

Esta matéria pode ser encontrada no portal Inovação AES. Confira o site para ficar por dentro do que acontece no mundo da energia.

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