Mateus Mendonça, da Giral: a importância de dialogar com quem é diferente de você

Joana Andrade - 6 fev 2015Mateus Mendonça, da Giral: "não queremos ser a melhor empresa do mundo, mas sim a melhor empresa para o mundo".
Mateus Mendonça, da Giral: "não queremos ser a melhor empresa do mundo, mas sim a melhor empresa para o mundo".
Joana Andrade - 6 fev 2015
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A mudança para um novo endereço na Vila Madalena, com 250 metros quadrados, deu início também a uma nova fase da Giral, consultoria focada na gestão de projetos de relacionamento entre o mundo corporativo e comunidades. O novo espaço físico possibilitou abrigar ali mais iniciativas em sinergia com o conceito da empresa, e deu ainda mais força ao seu sobrenome – Viveiro de Projetos.

Atualmente, são quatro novos negócios que co-habitam o espaço e que compõem os personagens de uma bonita metáfora de Mateus Mendonça, formado em farmácia e bioquímica e um dos sócios da Giral: “O caminho é buscar o que nos une, para além do que nos separa. Como construir visões equitativas e relações amigáveis a partir de diferentes pontos de vida? O mundo é próprio para cada um, cada um tem um olhar para o mundo. Por isso, buscamos agir como a natureza: reunimos no mesmo espaço espécies diferentes, que equilibram umas às outras e, assim, vamos dando forma a floresta que queremos cultivar”.

A Giral tem usado a sua experiência de mais de 10 anos de atuação junto a organizações e negócios sociais para assumir também uma nova posição na cadeia, a de investidora. “A partir das ferramentas e habilidades que desenvolvemos durante nossa história de vida e de trabalho, abrimos espaço não só para atuarmos como investidores de recursos financeiros, mas também como investidores de recursos múltiplos, compartilhando nossa rede de contatos, nossa rede de clientes, nossa rede de competências e potenciais, nossos sonhos e anseios, além da nossa capacidade direta de realização”, diz Mateus. “Nosso objetivo é articular atores num novo sistema de negócios que busca a troca: o que eu tenho para oferecer? O que eu estou demandando? E, de maneira articulada, com pessoas trabalhando juntas, vamos tirando as ideias do papel e criando novos negócios que se pautam por aquilo em que acreditamos – a construção de negócios socioambientais”.

A metodologia para fazer brotar novos negócios consiste, segundo Mateus, em não ter metodologia. “A proposta é conversar com o diferente. Não adianta sempre falar com os mesmos. Isso empobrece o discurso. A gente quer agregar outras perspectivas, outros olhares, outras visões e outras vozes para construir as coisas conjuntamente. O que torna tudo muito mais frutífero. Essa é a nossa metodologia”, diz ele.

O processo tem se mostrado eficaz, já que novos projetos têm começado a brotar no viveiro, principalmente nos temas que a Giral mais domina, do acesso à repartição dos recursos do patrimônio genético da biodiversidade brasileira à gestão de resíduos sólidos.

Mas afinal, o que são “negócios socioambientais”? Mateus considera que todos os negócios podem ser chamados de socioambientais já que nascem das pessoas e para as pessoas, e normalmente se utilizam de recursos ambientais para atender as demandas da sociedade. O que a Giral visa é construir uma nova geração de empreendedores que opera numa lógica de negócios mais sofisticada, e que chega ao mercado pensando em reutilizar as sobras da produção, em gerar impacto positivo, em distribuição parte da riqueza gerada, potencializando e universalizando os benefícios dos projetos.

“A ideia é promover a reconexão com o mundo e com a vida em sociedade de maneira mais equilibrada e mais equitativa. O objetivo é rever as práticas e a forma como investimos na solução de todos os problemas que nós mesmos causamos para o meio ambiente e para a sociedade. Ou seja, negócios socioambientais são novas práticas, mais comunitárias, que visam o ganho coletivo, para além dos ganhos individuais e da mera remuneração do capital investido. Negócios socioambientais buscam ter um impacto positivo na natureza e na construção de uma sociedade mais equilibrada.”

“Não queremos ser a melhor empresa do mundo, mas sim a melhor empresa para o mundo. Só assim vamos conseguir construir um novo ambiente, com negócios mais éticos e equilibrados, que atendam os anseios das pessoas”, diz Mateus. “Queremos transformar o entendimento das pessoas e das empresas sobre negócios, para, quem sabe, deixarmos de ser um nicho do mercado para nos transformarmos no mercado em si”.

 

DE EMPREENDEDOR PARA EMPREENDEDOR

 

Que softwares você usa no seu computador pessoal?
Evernote, Mind Manager e Skype, além do pacote Office com todas as ferramentas básicas (Word, Excel, Power Point).

Que acessórios você usa no seu computador pessoal?
Mouse e teclado sem fio, extensão de entradas USB e fone de ouvido.

Uma dica de configuração ou de atalho
Direcionamento das chamadas do Skype para o meu celular.

Qual a sua opinião sobre cloud computing?
Faço todos os meus backups na nuvem. Tenho diferentes serviços para armazenamento de fotos e arquivos. Assino um pacote da Adobe para conversão de arquivos em versão .pdf que acaba armazenando todo o histórico de projetos na nuvem.

Como seria o computador dos seus sonhos
Eu pensaria, daria instruções, e ele me apresentaria propostas e soluções gráficas, sonoras. E ele também redigiria meus textos!

 

AssinaturaHP

 

Com esta série HP/Intel no Draft, vamos falar das ferramentas e tecnologias usadas pelos inovadores. Do lifestyle e dos novos jeitos de trabalhar dos game changers brasileiros. Dos novos espaços de trabalho e dos novos jeitos de gerir dos nossos makers. Do como pensam e como fazem negócios os empreendedores criativos do país.

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