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“Há décadas o Brasil tenta construir uma identidade empreendedora que não é sua e que se mostra obsoleta”

Eduardo Borba - 20 out 2017 Em seu novo livro, os leitores terão acesso aos capítulos à medida que são finalizados pelo autor numa plataforma online.
Em seu novo livro, os leitores terão acesso aos capítulos à medida que são finalizados pelo autor numa plataforma online.
Eduardo Borba - 20 out 2017
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por Eduardo Borba

Quando a Phydia, editora do Projeto Draft, me convidou para escrever este artigo sobre meu novo livro, o Empreinovador – O livro proibido do empreendedorismo, ela me orientou para iniciar o texto falando sobre quem sou eu. Missão nada fácil. Pratico meditação diariamente para buscar uma resposta para uma reflexão tão profunda como essa, mas vou tentar expressar o que sei sobre mim, até esse momento. Bem, eu “prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. Para deixar isso mais concreto, vou passar alguns dados do que eu chamo de Currículo da Vida Real.

  • Nasci no Dia da Criatividade (17 de novembro)
  • Quando me perguntavam o que queria ser quando crescer respondia: cientista maluco
  • Em meu primeiro dia de aula, expulsei a professora e os colegas da sala de aula
  • Ganhei meu primeiro dólar em negócios na adolescência
  • Aos 20 anos fundei uma empresa para poder estagiar nela
  • Fui executivo e larguei a gravata
  • Experimentei um ano sabático
  • Busquei inspiração no Vale do Silício
  • Desenvolvi novos modelos de negócio
  • Decidi não vender meu primeiro livro
  • Já demiti cliente
  • Vivo o ócio criativo (trabalho, estudo e lazer entrelaçados)
  • Larguei o mestrado para não atrapalhar os verdadeiros estudos
  • Questiono os fundamentos do sistema econômico e da administração
  • Decretei o falecimento da instituição “empresa” e criei uma alternativa para o seu upgrade
  • Sou pai do Léo e marido da Vivi
  • Sou fã de pizza e estou longe de ser perfeito

Por fim, fundei o Instituto MOBI, causa que mobiliza as pessoas para potencializarem seu poder criativo com a finalidade de melhorar a si mesmas e o mundo, sendo mais lucrativas, produtivas e criativas. Por mais que eu pareça estranho, acredite, sou mais normal que muita gente. E digo isso porque não são os padrões que me guiam, mas sim o que faz sentido para mim.

As pessoas são condicionadas a pensar de forma padronizada por receber desde a infância praticamente a mesma caixa e, por isso, acabam tendo os mesmos resultados

Isso está causando cada vez mais frustração e sofrimento. Não conseguem sair da corrida dos ratos porque não enxergam a Matrix. Se todo ser humano é único e esse é o seu real valor, então por que tentar ser tudo, menos você?

Pesquisas apontam que nós, seres humanos, conseguimos colocar no máximo 20% de nosso potencial dentro das empresas. Talvez essa indignação, de ver empresas e pessoas não enxergarem e não acessarem o seu potencial, tenha sido uma das maiores motivações para eu escrever e lançar o livro.

Nele, não tento provar nada a você. Não bombardeio a sua mente com argumentos científicos para dizer que estou certo. Não vendo fórmulas mágicas para o sucesso. Não dou garantia alguma que você ficará bilionário(a). Não discuto se Deus existe ou não. Não falo o que você quer ouvir. Não prometo consolá-lo com palavras bonitas. Não prometo mudar nem transformar a sua vida. Apenas falo o “não dito” e o “não visto” da forma mais autêntica que sou capaz. Mais que um livro, eu o vejo como um movimento contracultural, uma provocação necessária ao status quo.

No Brasil existem quase 50 milhões de empreendedores. Em 2015, estufamos o peito para dizer que fomos considerados o país mais empreendedor do mundo num habitat de imensas dificuldades. Sim, somos guerreiros. Porém, guerreiros que estão lutando a guerra errada.

Por mais que se tenha uma infinidade de livros, cursos, consultorias, gurus e informação acessível, a maioria dos empreendedores brasileiros ganha no máximo três salários mínimos e trabalha de forma insana. Nos capítulos “A Igreja do Empreendedorismo”, “Desplanejamento Estratégico” e “Coragem Rock Clube” exponho as causas do baixo resultado do padrão empreendedor brasileiro e sugiro alternativas, que já pratico há algum tempo, para redefinir o conceito de sucesso.

Há dois anos, lancei um livro em que propus o conceito de Inovação Natural, que diz respeito ao efeito de construir uma causa em vez de uma empresa ou carreira tradicionais. Sabia que o próximo passo seria compartilhar como se dá a liderança de uma causa, que é cruzamento das paixões e talentos com as necessidades do mundo, ou seja, pessoas fazendo o que amam para atender necessidades reais da humanidade. A cada vez que o impacto de melhorar o mundo fazendo o que se ama é visto, a causa se retroalimenta e se potencializa. Portanto, os resultados são consequência e diretamente proporcionais à nobreza dela. Tendo simpatizantes de peso como Marco Aurélio Raymundo, o Morongo (fundador da Mormaii) e Vinicius Roveda (fundador da Conta Azul), a Inovação Natural está sendo disseminada pelo Brasil e agora se prepara para chegar em outros países.

Um exemplo de causa fundamentada pela Inovação Natural é a startup lançada pelo Instituto MOBI. A BeCauz é a uma das primeiras marcas conscientes, que destina metade do lucro de suas vendas para a evolução humana. Explico: criamos uma tecnologia de gestão chamada Lucro para Evolução Humana, que permite doações a ONGs selecionadas pela curadoria da marca. A BeCauz e o Instituto DOAR se uniram para potencializar a cultura da doação por meio do consumo dos brasileiros e em breve impactará milhões de pessoas.

Seja a Nova Economia, o Capitalismo Consciente, a Economia do Significado ou o termo que você achar melhor, a causa é uma alternativa saudável de empresa ou carreira para esta nova fase da civilização que vivemos. Mas ela não funciona sem o ser humano. Precisa do agente criador que movimenta sua “espiral de evolução” no princípio da causalidade (causa-efeito), o “empreinovador”. O guru que chegou mais próximo de sintetizar o comportamento inovador foi Clayton M. Christensen em DNA do Inovador, livro no qual aponta cinco habilidades necessárias para gerar alto impacto, mas relata que só é possível potencializá-las tendo um grande propósito, ou seja, uma causa.

Propondo um novo conceito, o livro será lançado no Dia da Criatividade, em 17 de novembro.

Capa provisória do livro, que será lançado dia 17 de novembro.

Conversando com um doutor em Administração, ele me disse que é redundante somar o conceito de inovação ao de empreendedor. Sim, na teoria. Joseph Schumpeter, um dos mais influentes nomes que contribuiu para formatar o conceito de empreendedorismo no mundo, realmente colocou a inovação como elemento-chave no tema.

A inovação instiga as empresas a serem mais lucrativas, a terem mais chances de serem globais, a contratarem mais pessoas com salários melhores e a atenderem as necessidades do mercado de maneira sábia. Mas quando olhamos as milhões de empresas no Brasil, quantas têm essa característica que a teoria do empreendedorismo prega? Há décadas o Brasil tenta construir uma identidade que não é sua e que se mostra obsoleta.

Já passou da hora de revermos as verdades absolutas, questioná-las e transformá-las com mais sentido. É por isso que procurei inovar não só no conteúdo, mas também no formato de meu novo livro. Empreinovador – O livro do empreendedorismo é o primeiro no país a ser escrito em tempo real. Nele, os leitores terão acesso aos capítulos à medida que são finalizados em uma plataforma online e, no final, receberão o livro impresso em suas casas, antes de ir para o mercado tradicional. Além disso, poderão interagir comigo e ainda escolher a capa que preferem. A ideia também é estimular o hábito da leitura com esta proposta e propor uma uma inovação no tradicional mercado editorial. A meu ver, isto é ter a consciência e o comportamento de um “empreinovador”. E para você?

 

 

Eduardo Borba, 35, é fundador do Instituto MOBI – Causa que cria e mobiliza conceitos e negócios para a Nova Economia como a Inovação Natural , a BeCauz e o Empreinovador.

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