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O planejamento estratégico de DE&I vai pautar o futuro das empresas

Daniella Grinbergas - 25 maio 2022
Crédito: Freepick
Daniella Grinbergas - 25 maio 2022
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O mundo está se transformando e não há mais espaço para os negócios que se preocupam apenas com a rentabilidade. A empresa do futuro precisará operar com um olhar voltado para os seres humanos e o planeta, promovendo impactos sociais positivos e atuando contra a desigualdade, as injustiças e desequilíbrios de toda ordem. E isso vai muito além do discurso: significa que as organizações que não adotarem ações efetivas perderão valor e não sobreviverão.

Nessa esteira, triunfa a cultura de DE&I, que deve pautar a jornada rumo aos negócios mais sustentáveis. E os benefícios de colocar em prática ações de diversidade, equidade e inclusão são para todos. Ao mesmo tempo em que as pessoas encontram seus lugares de direito, independentemente de cor de pele, religião, gênero ou qualquer outra característica, a empresa sente os resultados no caixa.

Um estudo da Organização Internacional do Trabalho mostrou que empresas inclusivas em relação a gênero têm um aumento de 54% na criatividade, inovação e transparência. E esse é apenas um dos impactos. Ainda entram nessa conta mais produtividade em função do maior engajamento das pessoas, que se sentem pertencentes; times mais inovadores, já que pessoas diversas carregam bagagens diferentes e são capazes de apontar visões variadas sobre um mesmo ponto; atração e retenção de talentos, pois ter pessoas diversas passou a ser um diferencial competitivo entre as empresas; reputação de marca, e por aí vai.

O ponto é que a empresa deve ser um reflexo da diversidade brasileira. E olha só o tamanho do desafio que isso abarca! A boa notícia é que o movimento está em fase inicial, mas o futuro que se desenha é carregado de otimismo.

Nesse contexto, a 3M traçou um plano estratégico com metas para ser cada vez mais diversa, equitativa e inclusiva. O plano está alinhado com a visão global da companhia que tem entre seus pilares culturais o componente “empoderados pela inclusão”. Ao mesmo tempo, também tem seu apoio local com o engajamento pleno do presidente da 3M do Brasil, o argentino Marcelo Oromendia, um nômade que já viveu em diferentes culturas, pai de um rapaz e quatro mulheres, uma delas casada com um homem preto. O movimento todo é orquestrado pela estrutura de pessoas, também responsável por diversidade e inclusão na companhia.

Tudo começou com uma autoanálise, como conta Mariana Kartalian Moreira, líder de Recursos Humanos:

“Qualquer mudança surge de um incômodo. E percebemos que a empresa não tem ainda uma população efetivamente diversa como deveria. A partir dessa inquietude, lançamos nosso planejamento em DE&I que é um grande desafio para cinco anos da 3M do Brasil”. 

Como a 3M pretende chegar lá

Para começar, há uma década, a 3M do Brasil se organizou para criar seu primeiro grupo de afinidade voltado para empoderamento feminino. Hoje, são quatro grupos de afinidade: Etnia e Raça, LGBTQIA+, Pessoas com Deficiência e Liderança Feminina. Cada um, liderado por dois representantes, com o objetivo de pensar em ações de conscientização e educação da população interna e externa, e de propor mudanças concretas em processos e estruturas, com a participação ativa de pessoas dos grupos minorizados em parceria com aliados. Só que agora, o planejamento estratégico envolve aspirações ousadas para os próximos cinco anos.

Em relação à população de pretos e pardos na 3M, a ideia é sair de 17% e atingir 50% dentro da companhia e, nos cargos de liderança, saltar de 7% para 30%. E Gabrielle Frizzo Souza, atual líder do grupo Etnia e Raça, exemplifica:

“Há anos trabalhamos a conscientização, mas em 2021 começamos com ações mais direcionadas. Em setembro, lançamos a primeira turma do programa de mentoria para funcionários pretos e pardos, pensando no desenvolvimento de talentos internos”.

Além disso, a 3M se uniu ao grupo fundador do MOVER (Movimento pela Equidade Racial), uma associação de 47 empresas que tem como compromisso criar um futuro com mais lideranças negras, gerar mais oportunidades, além de ações de capacitação e transformação da consciência coletiva.

“Essa iniciativa mostra um compromisso da 3M com a equidade racial e nos traz forças para girarmos essa engrenagem de forma mais efetiva para chegar aonde queremos.”

Já o grupo de LGBTQIA+ tem como novo grande desafio contratar 10 funcionários trans. E o mercado está cheio de pessoas capacitadas que podem preencher essas vagas. Segundo Nicke Willy Lira, à frente do grupo, como parte das ações do time, formou-se uma parceria com a Transempregos, maior projeto de empregabilidade de pessoas trans do país. Segundo ele, no banco de currículo constam mais de 22.700 profissionais cadastrados, sendo que 40% possuem pós-graduação, mestrado ou doutorado.

Além disso, há uma série de ações importantes em andamento, como o hasteamento da bandeira LGBTQIA+ nos sites, nas fábricas e locais onde a 3M está presente ao redor do mundo, algo que já vem acontecendo por alguns anos; e a realização da 1a Semana de Diversidade, Equidade e Inclusão com direito a vídeo de colaboradores, Quiz e entrega de cordões de crachá com a bandeira de cada grupo de afinidade.

Em relação às parcerias externas, desde 2016 a 3M se tornou signatária dos 10 compromissos da empresa com a promoção dos direitos LGBTI+ e assim participa do Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+ para articular, desenvolver e compartilhar ações. E Nicke reforça:

“Estamos em constante processo de aprendizagem e mudança. Nossa mentalidade é transformada em cada reunião e saímos sempre com grandes ideias que buscam desenvolver as melhores práticas voltadas para pessoas LGBTQIA+”.

Mais do que atender à lei de cotas, o grupo de Pessoas com Deficiência luta para aumentar a participação destes profissionais, principalmente em funções de liderança. A 3M quer aumentar de 27% para 35% em número de contratações e de 3% para 6% a participação em cargos de liderança. Em paralelo, vale destacar uma conquista importante dos últimos anos com relação à inclusão de pessoas com deficiência auditiva. Mariana Penteado Soares, líder deste grupo de afinidade, explica:

“Já faz algum tempo que reuniões maiores de comunicação, eventos internos e externos, conteúdos diários para as TVs internas das fábricas já possuem tradução em libras. Além disso, temos promovido cursos de libras para todos os interessados na 3M que queiram aprender uma nova língua e se comunicar melhor com seus colegas”.

O grupo ainda participa de forma colaborativa do plano diretor de reformas dos prédios da empresa com o objetivo de oferecer acessibilidade. Mariana também reforça que o time trabalha de forma mais consistente neste ano a questão da acessibilidade atitudinal, com treinamento e letramento da liderança para que haja entendimento dos vieses inconscientes e para garantir a contratação de mais pessoas com deficiência. Atualmente, a 3M faz parte da Rede Empresarial de Inclusão Social (REIS), que reúne empresas com o objetivo de inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho e que completou uma década neste mês de maio.

Por fim, o grupo de Liderança Feminina tem como objetivo elevar a contratação de mulheres em manufaturas e supply chain de 14% para 30%, e na liderança sênior, de 35% para 50%. Mais maduro, conta com iniciativas práticas robustas como o Fórum de Liderança Feminina, com programas consolidados como o de mentoria para mulheres em níveis local, regional e global, entre outros. Patrícia Viegas, a líder do grupo, relata sua experiência:

“Tive a oportunidade de participar de mentorias com executivos que me ensinaram muito, me inspiraram, advogaram por mim e sempre estiveram disponíveis para me ajudar, mesmo já tendo acabado o programa”.

Ela ainda ressalta a importância de ações de conscientização sobre o tema, discussões com outros líderes e treinamentos sobre vieses inconscientes. Um grande desafio atual é desenvolver mulheres na área de produção, tanto para coordenação quanto para liderança. “Essa é uma área que estamos mais no começo e temos muito que avançar e aprender”, explica Patrícia. Em relação à equidade salarial, ela acredita que a empresa está madura nesse sentido e que nunca sentiu que tinha remuneração diferente dos seus pares por ser mulher.

Os planos são ambiciosos e a 3M tem uma jornada desafiadora pela frente. Porém, com metas e estratégias bem traçadas, engajamento da alta liderança, protagonismo dos funcionários dos grupos minorizados e comprometimento de líderes e aliados, é possível chegar ao objetivo: garantir que o time seja tão diverso quanto é preciso, promover a equidade, dando oportunidades e suporte para que todos possam atingir seu potencial, e incluir todas as pessoas, fazendo com que elas se sintam pertencentes e se desenvolvam plenamente, no mundo do trabalho e na vida como um todo.

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