O que é Medicina Integrativa e como ela pode nos tornar mais conscientes

Adriana Perazzelli - 3 mar 2016Adriana Perazzelli discorre sobre os benefícios e descobertas possíveis com a Medicina Integrativa (foto: Katia Arantes).
Adriana Perazzelli discorre sobre os benefícios e descobertas possíveis com a Medicina Integrativa (foto: Katia Arantes).
Adriana Perazzelli - 3 mar 2016
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por Adriana Perazzelli

 

Minha jornada no universo das energias começou há mais de 20 anos estudando e praticando exercícios de bioenergia e conhecendo terapias complementares, onde aprendi a perceber o campo energético que nos envolve e compreendi que nosso corpo físico, emocional e mente estavam diretamente conectados com nossa alma ou espírito.

É maravilhoso sentir que funcionamos nesse lugar que mesmo não sendo visível a olho nu está lá, assim como o ar que respiro e não vejo, mas sinto!

Guiada por essa busca do equilíbrio mudei de profissão e me formei em Medicina Tradicional Chinesa e Naturopatia, um curso que compreende a maioria das práticas integrativas de cura e, desde então, presencio lindos processos de cura, equilíbrio, bem-estar e paz.

A partir disso descobri que diversos cientistas já pesquisavam profundamente essa área e ao longo dos anos foram surgindo as comprovações científicas desses trabalhos sobre as terapias que atuam no espírito (campo energético) e com grandes benefícios para a saúde, o que hoje conhecemos por Medicina Integrativa.

Trata-se de uma nova abordagem na Medicina para o que chamamos de cura integral. Podemos falar também em mudança de paradigmas nos tratamentos médicos tradicionais.

O termo integral vem de total, completo. Isso porque compreende tratar o indivíduo em toda sua totalidade, com cuidados para o corpo, mente e espírito.

Este conceito de saúde é recente nos hospitais e centros de tratamentos e é uma grande conquista colocar o espírito como um campo a ser tratado nos processos de doença, prevenção e bem-estar. Tudo isso surgiu em meados dos anos 1970, dentro de universidades norte-americanas como uma nova forma de tratamento, onde o paciente é visto como um agente ativo no seu processo de cura, não mais como passivo que simplesmente recebe o tratamento do profissional e dos medicamentos que tratam os sintomas.

O atendimento da Medicina Integrativa compreende uma consulta com atenção mais detalhada do estado do paciente, a fim de expandir também a indicação das terapias que podem contribuir para a cura. Paulo de Tarso Lima, um dos principais nomes na medicina integrativa do Brasil, afirma que “a medicina integrativa propõe um resgate das práticas mais antigas sem negar os avanços da convencional”.

Entre os princípios da Medicina Integrativa está a parceria entre o paciente e o médico no processo de cura, o uso apropriado de métodos e terapias da Medicina Convencional; a consideração de todos os fatores que influenciam a manutenção da saúde e o aparecimento das doenças (incluindo corpo, mente e espírito, bem como a comunidade); o uso de métodos e terapêuticas naturais não invasivas sempre que possível; a utilização de conceitos cientificamente atestados na prevenção e tratamento das doenças; o estabelecimento de uma abordagem interdisciplinar; e o reconhecimento que a boa medicina deve ser baseada em boa ciência, devendo ser investigativa e aberta a novos paradigmas.

Até o conceito de cura mudou. Se antes cura era a ausência de doença, hoje, segundo a OMS é o reestabelecimento do bem-estar físico, mental e social do paciente.

Hoje a Medicina Integrativa está presente em grandes centros universitários acadêmicos americanos como: Harvard, Arizona, Massachusetts, Mayo Clinic, Cleveland Clinic, Califórnia, etc. No Brasil, está em hospitais importantes como Albert Einstein e Sírio Libanês, mas também no SUS (Sistema Único de Saúde).

Em 2006 foi criada a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PIC) e, desde então, passaram a ser oferecidas terapias integrativas — tais como acupuntura, homeopatia, plantas medicinais (fitoterapia) — na rede pública de mais de 1.200 municípios.

É importante salientar que todos os tratamentos integrativos são complementares, pois aliam-se os tratamentos médicos, farmacológicos e psicológicos.

Entre os tratamentos que a Medicina Integrativa utiliza estão práticas como a meditação, hipnose, yoga, visualização (imaginação guiada de cenas, quadros ou experiências de prazer e felicidade para estimular a cura), atividades criativas, massagens e shiatsu, terapias baseadas em energia (como o Tai Chi Chuan e Reiki).

A Medicina Integrativa também considera os sistemas médicos milenares, como a Ayurveda (originária da Índia, enfatiza o equilíbrio entre mente, corpo e espírito), a Medicina Chinesa (baseada na crença de que a saúde é o resultado da perfeita harmonia de duas forças – denominadas Yin e Yang) e a Homeopatia (que utiliza doses extremamente pequenas de agentes e de seu substrato energético que estimulam o organismo a promover a própria cura). E existem diversos outros tratamentos tais como florais de Bach, cromoterapia, quiropraxia, calatonia, acupuntura, auriculopuntura, termalismo etc.

Os benefícios desses tratamentos são inúmeros, pois promovem o equilíbrio interior, a consciência corporal, a redução do stress, o alívio de sintomas e o reestabelecimento do bem-estar como um todo. A boa prática preza por não correr riscos prejudiciais aos tratamentos convencionais e é necessário avisar seu médico sobre os tratamentos complementares que se está fazendo.

Um bom exemplo dos benefícios que posso citar com clientes que já atendi como terapeuta naturopata acontece com pacientes que fazem uso dos quimioterápicos e nos quais o tratamento da Medicina Integrativa consiste num complemento com aplicação de reiki e reflexologia: é visível a diminuição dos sintomas das drogas como enjoos, cansaço, dores e principalmente melhora nos quadros de depressão, muito comum nesses pacientes. Há um aumento do relaxamento, de sensação de bem-estar e também de confiança na melhora e cura.

Alguns casos de síndrome do pânico e insônias foram tratados com práticas de meditação, atenção e relaxamento. Tenho relatos surpreendentes de pessoas que deixaram inclusive de fazer uso de medicamentos contínuos e continuaram na prática da meditação e sentem-se fortes e felizes novamente.

Para finalizar, vamos falar de energia, que é o grande diferencial desses tratamentos, incluindo a espiritualidade como parte importante em todos os processos de cura.

Tudo no universo é composto por energia, o composto vital presente no nosso organismo. São essas forças que nos mantêm saudáveis.

São elas que, quando estão em baixa, provocam desequilíbrios em todo nosso sistema, precisando assim serem equilibradas para que a cura aconteça.

Posso citar a depressão, que nada mais é que essa baixa de energia e que comprometa o sistema como um todo. Não somos divididos em partes, somos um ser integral: corpo, mente e espírito (campos energéticos) funcionando juntos.

A espiritualidade, que também atua diretamente nos campos mais sutis e energéticos, vem para coroar todos os processos de cura, pois permite que o indivíduo se conecte com seu mundo interior e expanda sua consciência para a presença da totalidade da vida. Assim, é possível reenergizar seus campos vitais e encontrar estados de paz e confiança.

Nessa integração, a fé é um ingrediente fundamental na cura e especialmente na vontade consciente e a capacidade inata de se curar.

Conforme nos conectamos com o nosso mundo interior, vai surgindo uma consciência maior do nosso ser e o despertar da nossa capacidade de autocuidado, amor e plenitude!

 

Adriana Perazzelli, 41 anos, é terapeuta integrativa, psicanalista (em formação), facilitadora de cursos e processos de autoconhecimento e equilíbrio (com atendimentos individuais e em grupos) e escritora. Saiba mais no site Terapias Integrativas.

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