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Que tal um hambúrguer? Fazenda Futuro mostra que carne de plantas pode ser deliciosa (além de sustentável)

Mariana Sgarioni - 23 jan 2023
Mari Tunis, diretora de marketing da Fazenda Futuro.
Mariana Sgarioni - 23 jan 2023
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Na teoria todo mundo quer ser sustentável. Mas na hora da fome quem resiste a um enorme cheese salada com tudo o que tem direito dentro? Para a Fazenda Futuro, empresa que produz carne à base de plantas, os chamados plant based, não é preciso abrir mão do sabor para ter uma alimentação mais saudável e responsável com o meio ambiente.

“O sabor é o primeiro S dos nossos três pilares, que incluem saúde e sustentabilidade. A comida traz uma questão nostálgica que não podemos suprimir. A carne moída lembra aquele macarrão da casa da avó, por exemplo. Não podemos acabar com isso. Não é um passo de cada vez, é um prato de cada vez”, disse Mari Tunis, diretora de marketing da empresa.

Entretanto, o prazer da comida não pode comprometer o planeta – como o que está acontecendo no momento. Em média, são utilizados 3.545 litros de água doce para produzir 230g de carne bovina, ou seja: um único hambúrguer. De acordo com a WWF, este único hambúrguer bovino de 230g de carne requer, em média, 2 metros quadrados de terra para ser produzido e, por incrível que pareça, 3,5 mil litros de água (lembre disso na hora do cheese salada). Já um hambúrguer plant based na Fazenda Futuro utiliza 139 litros de água e 0,15 metros quadrados de terra para produzir a mesma quantidade de carne.

Ou seja, é indiscutível que a carne à base de plantas causa um menor impacto ambiental em diversas frentes, inclusive no que diz respeito à crueldade animal. Entretanto, segundo Tunis, a maioria dos consumidores que deixaram de comer carne, ou reduziram esta quantidade no prato, foram motivados pela saúde individual: reduzir o colesterol, por exemplo. Mas todo mundo sente falta do sabor e da textura da carne. Por isso, a empresa investe em tecnologia para manter o gosto de cada tipo de carne (boi, frango ou peixe) e reduzindo gorduras, sódio, entre outros.

“Queremos mudar como o mundo come, criar lembranças alimentares em volta das refeições à base de plantas. Somos obcecados pelo sabor. Mas a sustentabilidade é inegociável”.

Segundo Tunis, o mercado de proteína animal movimenta hoje, no mundo, US$ 1 trilhão. Já o mercado plant based está na casa dos US$ 9 bilhões. Trata-se de um mercado pequeno, mas com potencial de crescimento.

Fundada em maio de 2019, a Fazenda Futuro foi a pioneira neste segmento no Brasil e já está presente em 30 países, como Holanda, Inglaterra, Emirados Árabes, Colômbia, Paraguai, Austrália, Suécia, Portugal, Uruguai, Chile e Estados Unidos, além de 8 mil pontos de venda. A empresa está avaliada em R$ 2,2 bilhões e recebeu, em 2021, um aporte de R$ 300 milhões para ampliação global.

SER VEGETARIANO NÃO BASTA

A saúde do corpo e do planeta não se resume à proteína animal da alimentação. Os produtos plant based devem se preocupar também com outras questões, incluindo a origem de sua matéria-prima. Segundo Tunis, estas matérias-primas utilizadas na Fazenda Futuro são cultivadas em várias regiões do Brasil e não provém de áreas de desmatamento.

Em 2022, o Futuro Burger, se tornou carbono neutro, ou seja, a totalidade das emissões de CO2 na criação do burger agora são transformadas em um projeto de proteção ambiental na Amazônia. As embalagens dos produtos são 100% sustentáveis, feitas com tecnologia americana Eco-one (formada por compostos orgânicos que se biodegradam ao entrarem em contato com ambientes naturais).

A empresa investe em preservação de animais marinhos e terrestres, além de possuir certificação RTRS – uma iniciativa global que assegura o cultivo de soja sustentável e a responsabilidade social do setor. A soja, aliás, é um dos ingredientes mais usados nos produtos, junto com ervilha, grão de bico, além de beterraba, óleo de coco e alga marinha.

“Atualmente, 77% das plantações são voltadas para o consumo animal. Isso tem um impacto muito forte. A Fazenda Futuro trouxe este mercado planted based ao Brasil, portanto ainda é muito novo por aqui. Mas a categoria cresce em duplo dígito, então existe uma abertura à experimentação”, observou a executiva. E completou:

“É importante lembrar que, para alimentar toda a população mundial, precisaríamos de 3 planetas. Portanto, esta movimentação do mercado é necessária – e as gerações mais jovens estão muito antenadas nisso”.

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