A imensidão azul dos oceanos é, literalmente, uma caixa de tesouros. Entre outras coisas, eles influenciam o clima e as condições meteorológicas, estabilizam a temperatura, moldam a química terrestre e guardam a maior diversidade de espécies do planeta. Além disso, tem muito dinheiro envolvido em suas águas. O secretário-geral da ONU afirmou que os recursos marinhos e costeiros e as indústrias que eles apoiam valem pelo menos US$ 3 trilhões por ano, cerca de 5% do PIB global.
Em nota, António Guterres disse que “espécies marinhas fornecem serviços ecossistêmicos indispensáveis”, dando o exemplo do plâncton, que enriquece a atmosfera com oxigênio. Além disso, mais de 3 bilhões de pessoas dependem da biodiversidade marinha e costeira para sua sobrevivência.
Os países-membros das ONU terminaram, enfim, depois de duas décadas de negociação, o texto do “Tratado do Alto Mar”, que pretende garantir a conservação e o uso sustentável da diversidade biológica marinha de áreas fora da jurisdição nacional. O documento propõe que 30% dos oceanos do mundo seriam áreas protegidas, mais fundos mobilizados para a conservação marinha e garantido o acesso e uso de recursos genéticos marinhos.
“Senhoras e senhores, o navio chegou à costa”, disse Rena Lee, presidente da Conferência Intergovernamental da ONU sobre Diversidade Biológica Marinha de Áreas Além da Jurisdição Nacional.
SUSTENTO DE TODA A HUMANIDADE
As Nações Unidas afirmaram que a fauna dos oceanos tem sustentado a civilização e o desenvolvimento humanos durante milhares de anos, desde o fornecimento de alimentos e nutrição, até materiais para artesanato e construção.
“Um terço dos peixes consumidos pelos humanos proveem da pesca excessiva e muitas outras espécies, como albatrozes e tartarugas, estão ameaçadas pelo uso insustentável dos recursos oceânicos”, afirmou Guterres.
Segundo ele, a boa notícia é que ainda dá tempo de salvar os mares e que há diversas soluções disponíveis, como os locais onde a indústria pesqueira é administrada de forma sustentável, com embasamento científico, em que as espécie tem mais chance de se recuperar.
DIA MUNDIAL DA VIDA SELVAGEM
O comunicado aconteceu no dia 3 de março, em que as Nações Unidas celebram o Dia Mundial da Vida Selvagem.
Guterres afirmou que 1 milhão de espécies estão à beira da extinção no mundo devido à destruição do habitat, à poluição por combustíveis fósseis e ao agravamento da crise climática.
Dentro das espécies ameaçadas que merecem atenção estão as ervas marinhas, plantas encontradas em águas rasas em muitas partes do mundo, desde os trópicos até o Círculo Polar Ártico. Elas formam extensos prados subaquáticos, altamente produtivos e biologicamente ricos.
Estes vegetais melhoram a qualidade da água filtrando, reciclando e armazenando nutrientes e poluentes, o que reduz a contaminação de frutos do mar. Outra qualidade das ervas marinhas, é que elas podem armazenar até 18% do carbono oceânico do mundo, sendo uma poderosa solução baseada na natureza para combater os impactos das mudanças climáticas.
A inclusão do gerenciamento, conservação e restauração de ervas marinhas deve ser um componente essencial das estratégias de economia azul sustentável no futuro.
O mercado de comunicação ainda é muito elitista. Vinda da periferia, Ellen Bileski inverteu essa lógica ao criar a Ecomunica, que prima pela diversidade na equipe e conta com um assistente de IA para ajudar a tornar conteúdos mais inclusivos.
O bagaço de malte e a borra do café são mais valiosos do que você imagina. A cientista de alimentos Natasha Pádua fundou com o marido a Upcycling Solutions, consultoria dedicada a descobrir como transformar resíduos em novos produtos.
O descarte incorreto de redes de pesca ameaça a vida marinha. Cofundada pela oceanógrafa Beatriz Mattiuzzo, a Marulho mobiliza redeiras e costureiras caiçaras para converter esse resíduo de nylon em sacolas, fruteiras e outros produtos.