Saiba como Fernanda Bianchini se tornou referência mundial no ensino de balé para cegos

Mirela Mazzola - 29 out 2014Fernanda Bianchini desenvolveu um método inovador, em termos globais, para o ensino de ballet para deficientes visuais. Agora ela quer ampliar a sua escola para receber 300 alunos
Fernanda Bianchini desenvolveu um método inovador, em termos globais, para o ensino de ballet para deficientes visuais. Agora ela quer ampliar a sua escola para receber 300 alunos
Mirela Mazzola - 29 out 2014
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Esta história começou há vinte anos, com uma visita ao Instituto de Cegos Padre Chico, no bairro paulistano do Ipiranga. A visitante era Fernanda Bianchini, então com 15 anos, estudante de balé desde os 3. Durante o passeio, quando questionada sobre a possibilidade de um deficiente visual se tornar bailarino, ela não sabia como responder. Seu pai, que era voluntário no instituto, a surpreendeu: “Nunca diga não a um desafio, porque neles estão os maiores ensinamentos”.

A partir do episódio, ela partiu em busca da resposta para aquela pergunta e começou a dar aulas – no próprio Instituto Padre Chico – para cinco meninas. No começo, não foi fácil. “Elas tinham dificuldade de seguir instruções, e eu mesmo não sabia como lidar com a situação.” Aos poucos, a jovem professora percebeu que o caminho era o toque, somado a exercícios de percepção corporal.

Depois de terminar a faculdade de fisioterapia, Fernanda desenvolveu no mestrado um método de ensino de balé a deficientes visuais, baseado em vídeos e registros feitos por ela, já que não havia nada semelhante no mundo. Assista a esse vídeo. Em 2003, a Associação de Ballet e Artes para Cegos Fernanda Bianchini mudou de sede e hoje ensina a arte da dança – balé, sapateado, flamenco e dança de salão – de graça, para 100 alunos a partir de 3 anos. Aproximadamente 60 deles são cegos. “Atendemos pessoas com outras deficiências e até mesmo sem deficiência nenhuma, promovendo uma espécie de inclusão às avessas”, afirma.

A bailarina e fisioterapeuta, hoje aos 35 anos, segue ensinando na Associação, e continua sonhando – quer um imóvel próprio para abrigar a escola e aumentar a capacidade para 300 alunos. “Minha maior satisfação é ver meus pupilos dançando no exterior.” Já houve apresentações nas Paralimpíadas de Londres, em 2012, por exemplo. “Eles provam que o impossível não existe. Esse trabalho voluntário foi o que mais me enriqueceu como ser humano em minha carreira até agora.”

 

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