Transição energética: migrando sua matriz fóssil para biomassa, a Ingredion vai evitar a emissão de 200 mil toneladas de CO2

Daniella Grinbergas - 18 jul 2023 Daniella Grinbergas - 18 jul 2023
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A Ingredion, líder de mercado de soluções para ingredientes, acredita que a sustentabilidade é uma responsabilidade compartilhada e está sempre buscando inovação para atuar nesse sentido. Colocando em prática o compromisso de redução de 28% nas emissões de gases do efeito estufa até 2030, uma das ações de peso da companhia é a transição energética, com a substituição completa do gás natural, que é um combustível fóssil usado nas fábricas de Mogi Guaçu (SP) e Balsa Nova (PR), por uma fonte renovável, a biomassa.

É aí que entra a parceria com a ComBio, que está promovendo a migração. Dois fatores foram primordiais para a escolha da nova matriz: o caráter sustentável e o custo, já que ela precisava manter a empresa competitiva como negócio.

“Chegamos a esse cenário com as caldeiras de biomassa”, conta Ercy Mussatto, diretor de operações da Ingredion para América do Sul.

As obras para a construção das unidades de produção de vapor tiveram início no ano passado e estão em fase final. O investimento deve valer a pena, com métricas expressivas de impacto ambiental que o projeto deverá alcançar: mais de 200 mil toneladas de CO2 todos os anos, nas duas unidades. Segundo a ComBio, só para Mogi isso representa 25% das emissões do município.

Mas como fazer a transição em uma fábrica que opera 24 horas por dia, sete dias por semana, com poucas oportunidades de parada?

“O processo está sendo feito aos poucos. Fizemos todas as conexões durante as paradas anuais. Já a instalação atual vai ser desmobilizada lentamente e, ainda assim, se houver qualquer falha, temos um plano B com caldeiras de backup para evitar paralização da fábrica”, conta Glauber Furtado, gerente de engenharia para América do Sul, que capitaneia o projeto de energia limpa da Ingredion.

E Luciana I. Schroeder, diretora de engenharia e tecnologia de processos para América do Sul, complementa:

“Estamos muito satisfeitos com os resultados até aqui. A obra está sendo executada em um prazo muito curto, tendo em vista a demanda, não registramos nenhum acidente e há um enorme comprometimento tanto da ComBio quanto da Ingredion nessa parceria”.

Por dentro do projeto de transição energética

Afinal, como as caldeiras transformam vapor em energia? De forma muito simplificada, a energia termoelétrica é gerada pelo calor proveniente da queima de materiais – no caso da Ingredion, a biomassa está substituindo a queima do óleo. Na prática, o calor esquenta água das caldeiras, que se transforma no vapor que vai mover as turbinas dos geradores de energia elétrica limpa.

“A ComBio trabalha com essa parte da troca da chaminé de fumaça preta por vapor verde”, afirma Roberto Veras, diretor de sustentabilidade da ComBio.

O combustível é natural: resíduos de atividades agrícolas e de reflorestamento. O material é processado e levado à caldeira, onde acontece a combustão e o vapor gerado é conduzido pelas tubulações. Por ser um país de forte agricultura, o Brasil tem um alto potencial para geração de biomassa, que corresponde a qualquer resíduo de atividade agroflorestal com poder calorífico. A ComBio trabalha com modelo de manejo de floresta de eucalipto e aproveitamento de resíduos de outras atividades, como bagaço de cana e erradicação de laranjais e bambuzais.  E nada se perde: as cinzas resultantes da queima da biomassa são destinadas à produção de fertilizantes orgânicos ou compostagem, fechando o ciclo.

“Essa rastreabilidade é fundamental para a Ingredion, que tem certificação de ISO 14001”, aponta Glauber.

Entretanto, a estrutura necessária para fazer a transição energética depende de uma operação complexa e de grande porte.

“Em Mogi, por exemplo, a Ingredion nos forneceu uma área de 31 mil metros quadrados para a instalação da infraestrutura necessária”, conta Carlos Lima, gerente de projetos da ComBio.

O contrato de 15 anos firmado com a empresa terceira inclui uma entrega completa: a ComBio é responsável pelos custos da instalação, além da operação, abastecimento e manutenção. “O cliente paga apenas pelas toneladas de vapor que utiliza”, explica Roberto. 

“Escolhemos a ComBio após um estudo minucioso da empresa, quando entendemos que ela tem conhecimento do manejo da floresta de forma responsável. Como não somos os detentores do combustível, é essencial ter um parceiro confiável. E convergência de valores nos dá certeza de estamos no caminho certo”, afirma Glauber.

Por fim, em uma simbiose, a Ingredion vai fornecer a infraestrutura para o manejo dos efluentes da ComBio e esse tratamento será praticado com a mesma diligência que a Ingredion tem em suas próprias operações.

As previsões para o início das operações com biomassa são agosto, para a fábrica de Mogi Guaçu, e setembro, em Balsa Nova.

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