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Engenheira da 3M conta o que aprendeu em um projeto de voluntariado no exterior

Giovanna Riato - 5 abr 2019
Roberta Sadi foi atuar na área financeira de uma organização de cuidado infantil nas Filipinas. Apesar de não ter sido fácil, ela garante que foi recompensador.
Giovanna Riato - 5 abr 2019
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Em um vasto arquipélago no sudeste da Ásia composto por mais de 7 mil ilhas está a República das Filipinas, um país em desenvolvimento que abriga uma natureza diversa e 100 milhões de pessoas – o que faz dele um dos mais populosos do mundo. Foi neste destino inusitado que Roberta Sadi, Black Belt em Lean Six Sigma da 3M, passou duas semanas trabalhando como voluntária da Virlanie Foundation, uma organização sem fins lucrativos destinada à proteção de crianças em situação de vulnerabilidade.

Foi uma jornada curta de voluntariado, de apenas duas semanas, mas intensa em desafios, aprendizados e na descoberta do próprio potencial de superação, como ela conta. Tudo começou quando Roberta se inscreveu e foi selecionada para participar do 3M Impact, programa para colaboradores da companhia que estimula projetos voluntários ao redor do mundo. A meta é apoiar o desenvolvimento de instituições não-governamentais em países emergentes. “Seis semanas antes de embarcar, começamos um trabalho prévio. Depois disso foram 15 dias de imersão completa na entidade, já nas Filipinas”, conta.

Roberta desembarcou no país asiático ao lado de um grupo que contava com mais 13 pessoas de nove países diferentes. Organizar esta torre de babel, por si só, já seria desafiador o bastante, mas o grupo multicultural precisou ainda se organizar em times para entregar projetos a diferentes organizações. Assim, a Roberta seguiu para o trabalho voluntário na Virlanie Foundation ao lado de outros três colegas de outras operações da 3M no mundo.

FORA DA ZONA DE CONFORTO

A ONG faz um trabalho amplo e bastante relevante na comunidade, conta Roberta. “O primeiro plano é sempre apoiar famílias em dificuldades para que não entrem numa situação de risco. Em casos inevitáveis, como abandono, abuso ou incapacidade de cuidado por parte dos pais, a ONG cuida integralmente das crianças em lares próprios. Após a passagem pelo lar, a prioridade é reunir as crianças novamente aos pais sempre que possível”, conta, citando casos em que a mãe ou o pai acabaram de sair da prisão e é preciso reintegrar os filhos à convivência com os pais.

Quando não há possibilidade de reunir novamente a, a instituição trabalha na busca de pais adotivos. Se esta opção também não der certo, a entidade trabalha no preparo da criança para que ela desenvolva a própria independência e tenha uma vida adulta saudável.

“Nós sabíamos que teríamos um desafio enorme ali. Logo no começo já fomos visitar as operações deles, conhecemos muitas crianças e vimos de perto o trabalho emocionante da instituição. Aquela já foi uma motivação enorme para dar conta da entrega”

E não foi só o lugar e o propósito do trabalho voluntariado que tirou Roberta da rotina. A missão dela na fundação era bastante distante do que está acostumada a fazer no dia a dia: o grupo, formado só por engenheiros – incluindo ela – precisava resolver um problema de finanças da fundação. “As nossas promessas eram otimizar a área financeira para que fosse mais produtiva e entregar um planejamento financeiro estratégico de 10 anos para a organização”, lembra.

O time da engenheiros superou barreiras culturais e conseguiu construir um plano estratégico financeiro para a Virlaine Foundation.

COMO ENTREGAR O QUE VOCÊ AINDA NÃO SABE QUE PODE FAZER

Roberta diz que, quando soube que o voluntariado era na área financeira, se perguntou o quanto conseguiria contribuir no 3M Impact, já que é um tema distante da sua especialidade. “Fiquei um pouco preocupada”, admite. Quando o grupo colocou a mão na massa, as coisas foram ficando mais claras. “Deu para entender que a decisão de nos colocar juntos naquele trabalho foi muito bem planejada: O nosso pensamento analítico de engenheiros, de olhar para os processos, além da habilidade com números, fez muito sentido”, conta.

Segundo ela, o grupo olhou para a área financeira em busca de otimizar processos e, assim, acabou encontrando muitas oportunidades de melhoria. “Esse nosso olhar externo acabou detectando coisas que quem está imerso no dia a dia não tinha a possibilidade de enxergar”, diz. Ainda que o trabalho tenha sido suado, Roberta diz que ficou claro por lá que correr novos riscos e pisar fora da zona de conforto é parte da experiência de voluntariado do 3M Impact.

“O mais difícil foi gerenciar o tempo curto para fazer uma entrega tão importante. Tivemos só duas semanas”, conta. Ela diz ter dedicado todo o espaço possível neste curto intervalo ao trabalho para a ONG, incluindo fins de semana e a carga horária estendida em dias úteis esticados.

Para ela, o programa foi capaz de ampliar seus horizontes até mesmo pelas diferenças culturais. “Era curioso coordenar tantos ritmos e estilos diferentes de trabalho dentro do meu grupo”, diz, E prossegue, falando das diferenças de comunicação com os próprios filipinos.

“Não queríamos impor nada a eles apenas porque éramos consultores. A ideia é que os profissionais locais participassem do trabalho e tivessem uma voz ativa no desenvolvimento da solução, mas percebemos que eles tinham dificuldade de demonstrar quando não concordavam conosco”

Roberta diz que o grupo se preocupou em dar espaço para que a opinião dos profissionais locais fosse levada em conta. Segundo ela, o país têm uma cultura bastante hierárquica e um estilo indireto de se comunicar. “Fomos entender totalmente o jeito deles quase no fim da segunda semana de trabalho”, diz Roberta, rindo um pouco da situação que, apesar da dificuldade, se resolveu. Outro ponto que marcou forte a experiência da especialista foi conhecer uma nação ainda mais socialmente desigual que o Brasil. “Há muita pobreza e um clima meio caótico com muita gente e muito trânsito”, lembra.

Ela diz ainda ter voltado de certa forma transformada pela experiência que viveu. “Há uma potência muito grande nessa união de várias culturas para trabalhar juntas”, conta. A meta do 3M Impact é justamente essa, mostrar que a organização é uma rede global, capaz de gerar benefícios externos que vão muito além de seus próprios produtos. “O nosso desafio ali parecia quase impossível. Quando vimos que conseguimos, tivemos um sentimento enorme de superação.” Diz, confirmando que não há garantia melhor de uma boa entrega do que um propósito relevante por trás de qualquer projeto.

 

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