A definição da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é precisa:
Bioeconomia é um modelo de produção industrial baseado no uso de recursos biológicos. O objetivo é oferecer soluções para a sustentabilidade dos sistemas de produção com vistas à substituição de recursos fósseis e não renováveis.
Ainda de acordo com a entidade, embora o conceito seja relativamente novo, a bioeconomia já está no Brasil pelo menos desde a década de 1970, com a criação do Programa Nacional do Álcool (Proálcool). A estratégia de promover uma alternativa aos combustíveis de origem fóssil – à época o mundo enfrentava uma crise mundial de petróleo – tornou o Brasil no segundo maior produtor de etanol – e maior exportador – no planeta.
O que difere a bioeconomia atual deste exemplo de quase 50 anos atrás é a ênfase em tecnologia e ciência de ponta para impulsionar produções sustentáveis. Áreas como bioinformática, genômica, nanotecnologia, química de renováveis e robótica, entre outras, são pilares da bioeconomia moderna – que não se limita à bioenergia.
No Brasil, especificamente, a biodiversidade – com mais de 100 mil espécies conhecidas de animais e aproximadamente 45 mil de espécies vegetais – é campo vasto para o desenvolvimento de biofármacos, bioinsumos e bioprodutos de variadas ordens. Exemplos cotidianos de produção bioeconômica são: materiais biodegradáveis, biopesticidas, medicamentos, cosméticos, pigmentos, aromas, fragrâncias etc.
O uso sustentável de tantos recursos naturais é fundamental para promover a bioeconomia brasileira a ponto de torná-la referência mundial – o que tem um potencial de valor inestimável num mundo que precisa usar racionalmente seus limitados recursos.
Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) indicam que a bioeconomia movimenta, mundialmente, algo em torno de 2 trilhões de euros, além de gerar aproximadamente 22 milhões de postos de trabalho.
Projeções do relatório The Bioeconomy to 2030: Designing a Policy Agenda, da própria OCDE, sugerem que, até 2030, a bioeconomia será responsável por 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) dos países que fazem parte da entidade. Quanto maior for a biodiversidade e os incentivos de um país para a promoção de uma economia sustentável, maior tende a ser a fatia do PIB relativa à bioeconomia.
A relevância da bioeconomia também é demonstrada por meio de metas e políticas globais como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Considerando temas como segurança alimentar e garantia de acesso à energia e saúde, pelo menos metade dos ODS envolvem atividades relacionadas à bioeconomia.
Nem sempre. De acordo com a WRI Brasil, há pelo menos três tipos de bioeconomia atualmente abordadas:
Nesse contexto, o crescimento econômico e a geração de empregos se sobrepõem aos critérios de sustentabilidade. Pressupõe que a incorporação de tecnologias intensivas no processo de produção gera maior eficiência ambiental.
Busca equilibrar o crescimento e a sustentabilidade de produtos e processos, porém com a produtividade e eficiência prevalecendo sobre a conservação da integridade dos ecossistemas. Propõe aumentar a produtividade e intensificar o uso do solo, potencializando a pressão sobre os recursos naturais.
O critério de sustentabilidade se sobrepõe ao de crescimento da economia. Privilegia a promoção da biodiversidade, conservação dos ecossistemas, habilidade de prover serviços ecossistêmicos e prevenção da degradação do solo.
Em vez de rios canalizados que transbordam a cada enchente, por que não parques alagáveis? Saiba como José Bueno e Luiz de Campos Jr., do projeto Rios e Ruas, querem despertar a consciência ambiental e uma nova visão de cidade.
Jéssica Cardoso sofreu preconceito ao oferecer seu trabalho de intérprete de Libras como autônoma. Ela então decidiu criar uma rede de profissionais negras para tornar eventos e empresas mais acessíveis e lutar contra o racismo estrutural.