Sourcing é um termo em inglês que, traduzido ao pé da letra, pode significar “abastecimento”. No ambiente corporativo, é o procedimento de analisar e selecionar as melhores fontes (sources, em inglês) para abastecer a cadeia logística necessária para o negócio se viabilizar.
No contexto ESG, portanto, o sourcing é uma ferramenta estratégica graças ao potencial de minimizar os impactos socioambientais de uma instituição a partir da seleção de fornecedores comprometidos com sustentabilidade, preservação ambiental, promoção de boas condições de trabalho etc.
O relatório Operationalizing ESG: Sourcing as a Force for Good (“Operacionalizando o ESG: Sourcing, como uma Força para o Bem”, em tradução livre) exemplifica um dos impactos diretos em direcionar o sourcing de uma empresa para a agenda ESG:
“As emissões na cadeia de suprimentos podem ser responsáveis por até 95% das emissões totais relacionadas a alguns negócios.”
Ao lado do sourcing, vale destacar também mencionar um outro termo corporativo semelhante: o procurement (compras, em tradução livre). Na prática, o sourcing, que se ocupa de buscar, avaliar, negociar e contratar fornecedores, está englobado dentro do procurement, que, por sua vez, também trata de gerir os fluxos de trabalho relacionados com compras, entregas e pagamentos.
É comum, contudo, que os termos sejam misturados, tanto em declarações como na literatura corporativa, quando se conceitua a atuação e os impactos ESG de uma instituição a partir da seleção e avaliação de seus fornecedores.
A empresa de consultoria Crowe, que atende mais de 200 empresas em 150 países, recomenda seis passos para fortalecer o sourcing de uma instituição e estabelecê-lo como ferramenta ESG que atravessa todas as áreas:
O ideal é manter um sistema de monitoramento para identificar regulações e boas práticas exigidas da entidade em suas atividades. Tal expediente não somente previne a instituição de confrontações públicas e ações judiciais como serve de baliza para o processo de sourcing em busca de fornecedores socioambientalmente responsáveis, que contribuam para um impacto ESG positivo.
É imprescindível antecipar aos contratados (ou candidatos a fornecedores) quais são as demandas inegociáveis da instituição em relação ao cumprimento de sua política de compliance. Eventuais atualizações regulatórias e novas exigências legais associadas à atividade da empresa também devem ser imediatamente comunicadas a todos os que fazem parte da cadeia de logística – o que deve ser acompanhado de avaliações regulares sobre os fornecedores a fim de identificar e mitigar riscos com agilidade.
Um sourcing socioambientalmente responsável é um processo contínuo – ou seja, que não se resume a tomadas de decisão pontuais. A identificação e mitigação de riscos devem ser constante. Se a instituição estiver alerta aos tópicos anteriores, o esperado é que a entidade esteja regularmente atenta a mudanças relevantes em todos os níveis internos e que a comunicação dessas mudanças seja fluida para toda a cadeia de produção – bem como para os stakeholders.
Por mais que o sourcing de uma instituição seja consolidado, eficiente e alinhado à estratégia ESG, há sempre espaço para absorver mecanismos legais e de compliance que o potencializem. Portanto, é interessante que o sourcing monitore boas práticas, procedimentos e relatórios que contribuam para diminuir emissões, garantir condições de trabalho humanamente dignas etc.
Todas as áreas devem estar representadas e em coordenação com os propósitos ESG da instituição, a fim de garantir visibilidade e boa comunicação dessa agenda – o que confere precisão e eficiência aos processos. Além de reuniões regulares, é recomendável criar rotinas para colher e distribuir feedback dos stakeholders e aprovar conjuntamente cada iniciativa.
Como a demanda por relatórios ESG é crescente, seja por ONGs seja por agências de rating, aumenta a importância de coletar dados para avaliar todos os terceiros envolvidos na cadeia produtiva – além de divulgar essas informações. Esse cenário coloca o sourcing como área estratégica, uma vez que ela é essencial para integrar áreas e ajudá-las a definir e implementar programas ESG.
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