Transição energética é a substituição de uma matriz energética baseada em combustíveis fósseis (como carvão, petróleo e gás) para uma outra baseada em fontes renováveis. O objetivo desse movimento é a descarbonização das atividades produtivas humanas a fim de brecar o aumento da temperatura média global e, consequentemente, amenizar as mudanças climáticas e os danos causados por elas.
Esse tipo de mudança não é novidade na história humana. Já testemunhamos, anteriormente, a substituição da madeira pelo carvão, impulsionada pela Revolução Industrial, no século 19, e, no século seguinte, a troca do carvão pelo petróleo. A principal diferença é que, atualmente, a transição energética é uma medida urgente para manter o planeta viável para a vida humana.
Para dar uma ideia do tamanho do problema a ser resolvido, atualmente, 79% da produção mundial de energia é baseada em combustíveis fósseis. Como essa queima de combustíveis representa 87% das emissões mundiais de CO2, a transição energética é fundamental para cumprir as metas globais de descarbonização.
Um dos campos mais promissores para o processo de transição energética evoluir é a eletricidade. No caso do Brasil, em particular, esse movimento já começou décadas atrás, com a iniciativa do país em investir na geração hidrelétrica.
Em entrevista ao podcast Além da Energia, o secretário de energia elétrica do Ministério das Minas e Energia, Rodrigo Limp, comenta:
“O Brasil tem em uma situação muito privilegiada. O país tem cerca de 45% de sua matriz baseada em fontes renováveis. Considerando só a eletricidade, a situação é ainda melhor, com aproximadamente 83% da energia elétrica produzida a partir de fontes renováveis, principalmente por causa de nosso histórico de geração hidrelétrica.”
Além da geração de energia elétrica a partir do fluxo das águas dos rios, o país e o mundo têm investido em alternativas. Cada vez mais, a eletricidade têm sido obtida a partir da força dos ventos, da luz solar e de calor gerado a partir de biomassa – resíduos de origem vegetal ou animal.
O desenvolvimento tecnológico e a ampliação da captação dessas fontes renováveis têm reduzido os custos de produção de energia elétrica. Ou seja, a energia limpa está progressivamente mais competitiva em termos financeiros.
De acordo com dados do Our World in Data, reproduzidos pelo Fórum Econômico Mundial, o custo da energia solar caiu 89% na última década (2009-2019) – de US$ 359 por megawatt para US$ 40 – mais barato do que a eletricidade gerada por usinas nucleares e termelétricas (na casa de US$ 155 e US$ 109, respectivamente, ao fim do mesmo período).
O custo da energia eólica onshore (com turbinas instaladas em terra firme), por sua vez, baixou cerca de 70% na década estudada – de US$ 135, em 2009, para US$ 41, em 2019.
Atualmente, de acordo com o relatório Renewable Power Generation Costs in 2020, divulgados pela Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA, na sigla em inglês), a tendência é de que o custo de produção siga caindo: entre 2019 e 2020, a energia solar fotovoltaica ficou 7% mais barata enquanto a energia eólica onshore barateou 13%.
O relatório da IRENA cita alguns benefícios associados à uma transição energética mais assertiva:
– Desativar usinas de carvão diminuiria a emissão anual de CO2 em três bilhões de toneladas. O montante representa 20% das reduções de gases estufas necessárias até 2030 para cumprir as metas globais de descarbonização;
– Economias emergentes economizarão US$ 156 bilhões ao longo da vida útil das usinas de energia renováveis instaladas somente em 2020.
Também é possível substituir combustíveis de origem fóssil, tradicionalmente utilizados no setor de transportes (gasolina, diesel, querosene de aviação etc.). Algumas das alternativas limpas são baterias elétricas, células combustíveis e o hidrogênio verde, que serve para variadas aplicações já abordadas aqui neste Glossário.
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