por Velma Gregório
Sou gordinha desde criança. E, sem fazer uma avaliação psicológica profunda, acho que compensei isso a vida inteira tentando ser a amiga legal, inteligente, antenada e com menos preconceitos. Puro clichê e uma grande bobagem quando se vira empreendedora. Isso porque não basta ser legal e inteligente: é preciso passar essa imagem. E muitos clientes não conseguiram enxergar em mim nada além da obesidade mórbida a que cheguei na idade adulta. E olha que nunca fui vítima de mim mesma. Estudei, viajei, fui à praia de biquíni, namorei e me casei ainda obesa.
Até o dia em que a saúde se transformou em prioridade na minha vida e tomei a decisão de mudar. No ponto que cheguei, só mesmo uma cirurgia bariátrica. Milagre, cirurgia resolve tudo. Que nada! Descobri que se eu não me cuidar como qualquer mortal, volto ao peso original ou mais. Foi este o meu clique, o meu ponto de virada. Eu precisava mudar hábitos. Falar é fácil, mas vai fazer.
Enfim, há três anos decidi mudar um hábito por dia e não voltar atrás neles. Com a cirurgia, a mudança de hábitos alimentares e a inclusão de atividades físicas na rotina, passei a ganhar mais dinheiro na minha empresa de comunicação que já tem seus 10 anos. Faz sentido? Nenhum. Mas o fato é que “meu shape ficou fit com meu posicionamento”. Morro de rir com os jargões corporativos.
E não venham me dizer que o meu humor mudou porque emagreci. Não mudou não. Aliás, estou bem mais ranzinza com o passar do tempo
Mas o fato é que as pessoas me olham de outro jeito mesmo. Confiam mais no que eu falo, me convidam para palestras porque não faço mais vergonha no palco (não fiquei magra, mas ok, estou mais apresentável – como já ouvi sem nenhum pudor de um interlocutor).
Agora, a minha história de superação pessoal é tema certo nas primeiras reuniões de negócios. Já aprendi que isso cria empatia. A admiração cresce e, na mesma proporção, a confiança. E claro, conquistei seguidores.
Agora, a comunicação e a sustentabilidade, temas que estudei tantos e tantos anos, se tornaram secundários nos argumentos de vendas. Como você mudou? Como consegue fazer exercícios? Como consegue gostar de pão integral? São as perguntas mais comuns e às quais adoro responder.
POR QUE CRIEI O MOVIMENTO DESROLIÇAR
Daí resolvi contar para as pessoas o “Método Velma” de transmutação de gordona sedentária para mulher irritantemente ativa. O método é baseado em 40 anos de falhas em dietas e em centenas de promessas frustradas de iniciar uma atividade física. Criei um perfil no Instagram e no Facebook chamado “Movimento Desroliçar” ou seja, o movimento para deixar de ser roliço — no corpo e na cabeça.
E dá-lhe postar mensagens politicamente incorretas. “Faça exercícios, mas não deixe de beber com os amigos. Só não faça isso todo dia” ou “Se estiver morrendo de vontade de comer doce, coma. Pouco. Estresse também engorda”. E não é que as pessoas se interessaram em mensagens de como ser gente normal?
Fiz porque mudou a mim. Fiz porque quis. E agora todo mundo vê, inclusive os clientes. Vai entender… E os negócios melhoraram.
Estão confiando mais em mim. Inclusive eu mesma.
Em tempo: Estou há três anos consecutivos fazendo exercícios físicos pelo menos três vezes por semana. E adoro pão integral.
Velma Gregório é jornalista de formação, empreendedora por vocação na ÓGUI Simplifica e desroliça nas horas planejadas.
André Vieira era gerente no ramo de telecomunicações e levava a fotografia como um hobby. Até que, em busca de flexibilidade e uma renda extra, começou a clicar treinos de corrida – e acabou criando uma agência que fatura R$ 1 milhão por ano.
Um dia, com o coração disparado, Juliana Romantini paralisou diante da sala de aula da academia onde trabalhava. Ela decidiu deixar o emprego e hoje ajuda pessoas a alcançarem seus objetivos treinando o corpo e a mente de forma integrada.