Verbete Draft: o que é Pitch

Isabela Mena - 29 jul 2015elevator pitch
O empreendedor tem pouco tempo para convencer o investidor. É vital estar bem preparado — e não mentir (imagem: reprodução Katapult).
Isabela Mena - 29 jul 2015
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Continuamos a série que explica as principais palavras do vocabulário dos empreendedores da nova economia. São termos e expressões que você precisa saber: seja para conhecer as novas ferramentas que vão impulsionar seus negócios ou para te ajudar a falar a mesma língua de mentores e investidores. O verbete de hoje é…

PITCH

O que acham que é: O momento decisivo de uma ideia.

O que realmente é: Pitch é uma apresentação rápida (o tempo é variável, mas vai de três a 10 minutos, em média), na qual um empreendedor fala sobre sua ideia para um investidor, a fim de ter, primeiramente, sua atenção e, então, seu investimento. Pode ser feito tanto verbalmente como acompanhado por slides. Segundo Lucas Foster, fundador da consultoria criativa ProjectHub, o empreendedor precisa conseguir a atenção do investidor nos primeiros dois minutos do pitch.

“Os primeiros minutos são fundamentais. Nesse tempo, o empreendedor deve falar o tamanho do mercado e dar referências (como reportagens em veículos renomados) para contextualizar o investidor e endossar o novo mercado”, conta Foster.

Ele diz também que o empreendedor tem que estar preparado para dizer qual é a fonte de receita do empreendimento.

“Não se deve mentir ou exagerar nos números para convencer o investidor e sim mostrar o quanto se está batalhando para aquela ideia. O investidor tem que saber que o empreendedor é comprometido e vai se esforçar o máximo para ter retorno”

Outra dica de Foster é que o empreendedor não peça diretamente o aporte financeiro e, em vez disso, demonstre interesse em ouvir sugestões e ter aquela pessoa com o parceira. “Assim, abre um possível espaço para uma reunião. O objetivo do pitch é ir para uma segunda conversa.”

Founder Institute, incubadora e escola de empreendedorismo americana, recomenda em seu site que o pitch seja simples, em uma sentença que contemple quatro itens: defined offering (que precisa ser curta, simples e de fácil compreensão); defined audience (o público alvo precisa estar claro e focado, não muito amplo); solve a problem (esteja atento para que todos compreendam o propósito); e secret sauce (o “molho secreto”, o que diferencia sua startup das demais na solução do problema).

Quem inventou: Não há referências a respeito. Já a definição de “elevator pitch”, um pitch ainda mais rápido, de cerca de dois minutos (o suficiente para acontecer em um encontro casual no elevador), e que deve ser bom o bastante para captar a atenção do investidor é creditado (sem confirmação) a dois ex-editores da Vanity Fair, Ilene Rosenzweig e Michael Caruso. Há também quem sustente que nasceu de uma prática padrão no início da indústria cinematográfica de Hollywood, quando roteiristas aproveitavam o encontro com produtores executivos para apresentar suas histórias.

Quando foi inventado: Não se sabe.

Para que serve: Para que um empreendedor apresente, de maneira simples e objetiva, sua proposta de valor e seu comprometimento a um investidor, gerando sua curiosidade e interesse e garantindo a oportunidade de mostrar sua ideia em outro momento, e com mais tempo e clareza, a fim de conquistar o investimento.

Quem usa: Segundo Lucas Foster, empreendedores, em busca de recursos e parcerias para viabilizar seu projetos; aceleradoras, ao capacitarem empreendedores e investidores, porque é um mecanismo objetivo e rápido para conhecer ideias que podem ter valor. “No empreendedorismo, o pitch é a peneira dos times de futebol de base para grandes clubes”, diz Foster. Um vídeo de três minutos no Catarse ou na Benfeitoria também pode ser considerado um pitch – aqui, o investidor é o público em geral.

Efeitos colaterais: Pode ser inócuo se o empreendedor investir mais tempo em preparar um discurso do que em pensar na qualidade da sua proposta. “O pitch é a área comercial da empresa, é o momento em que o empreendedor vai vestir o chapéu e falar do negócio mas não é o negócio em si. Vejo muitos projetos que não deram certo porque o empreendedor se dedicou mais a vender a ideia do que efetivamente a fazer o negócio dar certo. Ou seja, virou um ótimo palestrante”, diz Foster.

Quem é contra: “Pitch é uma maneira de filtrar ideias de forma eficiente mas que não pode ser suficiente. Há investidores que acham que é superficial, preferem conversar com mais tempo ou até mesmo que a prospecção parta deles. Mas isso varia de acordo com o perfil do investidor”, diz Foster.

Para saber mais:
1) Assista um vídeo de cinco minutos em que Adeo Ressi, CEO e fundador do Founder Institute, explica os quatro itens que um pitch deve ter.
2) Leia “O Pitch (Quase) Perfeito”, texto do e-book Dicas e Segredos para Empreendedores, de Casio Spina, fundador da Anjos do Brasil, com modelo em PowerPoint, entrevista e vídeos com exemplos.
3) Leia “Como elaborar um pitch (quase) perfeito”, texto de Cassio Spina no site da Endeavor, organização de apoio a empreendedorismo e empreendedores de alto impacto.
4) Leia, no Medium, o texto Want a better pitch? Watch this, de Andy Raskin, CMO e consultor de empresas fundadas por Andreessen Horowitz, True Ventures e First Round Capital, entre outras.

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